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O CÂNCER DA DEMOCRACIA BRASILEIRA

Julio Borges Filho

Desde 2014 eu tenho alertado que a Operação Lava Jato, com sedes em Curitiba e Rio de Janeiro, era um perigo para a frágil democracia brasileira. Agora, sem medo de errar, concordo com o sociólogo Jessé de Souza: “É o câncer da democracia brasileira.” Venho acompanhando suas arbitrariedades, a tortura para arrancar delações, sua manipulação do moralismo postiço do público, a entrega do Brasil para o ocupar o poder em benefício próprio. Agora já há até uma campanha burra na internet propondo fechar o STF e colocar a Lava Jato em seu lugar.

Bem, a operação poderia ter sido benéfica para o Brasil se se concentrasse no combate à corrupção sem o viés ideológico da direita retrógrada, isso com o dinheiro público, e tivesse um prazo de validade. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não seria possível sem a Lava Jato em consórcio com a Rede Globo, assim como a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro. O uso político da MPF, com especial foco nos procuradores da Lava Jato, e do judiciário tendo Sérgio Moro, Marcelo Bretas e o TRF4 como seus principais expoentes, é uma vergonha para o Brasil e para seu sistema de justiça. Cezar Peluso, ministro aposentado do STF, denuncia que “juízes estão tentados a se tornarem porta-vozes das ruas”, e arremata bem: “O poder judiciário não foi chamado para fazer revoluções e pregar ideologias, e, sim, para defender o ordenamento jurídico.”

O escândalo recente da tentativa dos procuradores da República de Curitiba de criar uma ONG da Lava Jato de 2.5 bilhões de reais, doados pela Petrobrás via Departamento de Justiça dos Estados Unidos, prova que a operação busca o poder e sua perenidade. Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro também objetivava isso, só que ele se tornou subordinado e de um presidente medíocre que formou um governo retrógrado sem ideias e propostas. E o pior é que o STF de acovardou se rendendo à popularidade e violando a Constituição brasileira com a prisão na segunda instância. Agora, por estar na defensiva devido o escândalo acima mencionado, a Operação reage prendendo preventivamente o ex-presidente Michel Temer por ordem de Marcelo Bretas que pretende ser o novo Moro. Ciro Gomes tem razão: “Esta prisão, da forma como foi feita, não se sustenta. Afronta o melhor direito, fere a Constituição.” Ora, Temer foi o presidente mais impopular do Brasil, traidor, desonesto, corrupto, o capitão do Golpe Parlamentar de 2016, mas não se pode prendê-lo assim para provocar apenas uma espetáculo midiático a fim satisfazer a plebe moralista. É a banalização da justiça.

Que nosso país tenha instituições sólidas que combatam a corrupção e promovam a justiça e a paz social sem precisar de operações que se transformam em monstros, repito, em tecido canceroso do organismo brasileiro, e mais: controladas por ideologias e poderes estrangeiros.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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