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Planejamento organizacional da Igreja

Por Nilson Pereira de Moura e Julio Borges de Macedo Filho – pastores da Igreja Cristã de Brasília – ICB.

 

DEFINIÇÃO DA MISSÃO

Adoração à Deus Pai, à Deus Filho, à Deus Espírito Santo e proclamar Evangelho.

 

2. MISSÃO

Promover a Adoração à Trindade Santa e a evangelização, visando a melhoria da vida espiritual das pessoas da comunidade, com a oferta de ensinamentos doutrinários fundamentados nas Sagradas Escrituras e na misericórdia Divina.

 

3. VISÃO DO FUTURO

Desenvolver a Igreja como corpo, instituição e aumentar a participação da comunidade em suas atividades, por meio de uma variedade de ações realizadas com excelência em qualidade e com base nos ensinamentos de Cristo.

 

4. VALORES

Respeito fraterno, satisfação e compromisso dos fiéis de uns com os outros, proclamação da Palavra de Deus a todas as pessoas ao seu alcance (Brasília, Brasil e Mundo).

 

5. OBJETIVOS

  • Adorar a Deus e proclamar a Sua Palavra.
  • Administrar a Igreja à luz dos dons espirituais e carismas.
  • Descobrir e desenvolver o potencial revolucionário da comunidade, por meio do exercício dos dons básicos e dos dons de ministérios.
  • Combinar os dons ministeriais com o ministério dos dons.
  • Organizar os Ministérios da Adoração, da Proclamação, do Serviço, do Ensino, do Aconselhamento, das Finanças e da Comunhão.
  • Melhorar a imagem da Igreja junto à comunidade.
  • Investir em programas de formação de orientadores da Igreja.
  • Planejar a execução orçamentária e financeira da Igreja.
  • Aprimorar os processos de orientação aos membros da Igreja para garantir uma vida prática com fundamento no aconselhamento de Jesus Cristo.
  • Implantar programas visando a promoção da unidade do corpo e a socialização dos membros da Igreja.
  • Implantar programas para promover a educação escolar

 

ALVO: Glorificar a Deus, por intermédio da edificação de Seu Reino.

TEOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO À LUZ DOS DONS ESPIRITUAIS – Uma proposta de administração da igreja à luz dos dons e carismas com base em Romanos 12:1-8 e Efésios 4:1-16.

A proposta ora apresentada é um trabalho a duas mãos, sendo a primeira parte uma leitura de Romanos capitulo 12:1-8 à luz dos dons espirituais feita por Pastor Julio Borges de Macedo Filho. A segunda parte uma leitura de Efésios 4:1-16 a luz dos dons de ministérios na igreja, o corpo de Cristo, feita por Pastor Nilson Pereira de Moura. Uma pequena contribuição para o reino de Deus como forma prática do exercício dos respectivos dons espirituais e de ministérios por dois membros do maravilhoso corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O maior desafio eclesiástico de hoje é como combinar os dons ministeriais com o ministério dos dons (carisma), de tal maneira que os primeiros não sufoquem os outros e assim perpetue uma membresia inativa e anônima nas igrejas. Ouvi certa vez de um leigo, numa assembléia convencional, de que “eles não são convidados nem pra fazer oração silenciosa”. Descobrir o potencial revolucionário nas igrejas “comunidades” é redescobrir os dons básicos e os dons de ministérios.

Por isso nós propomos analisar, de maneira prática, os dons de ministério e os ministérios dos dons que Deus concede, através do Espírito Santo às igrejas. Dois textos bíblicos serão rapidamente expostos neste trabalho: Romanos 12:1-8 e Efésios 4: 1-16.

Os ministérios dos dons em Romanos 12:1-8

Romanos 12:1-8 é um texto revolucionário em todos os sentidos. Ele inicia a etapa ética da famosa carta do apóstolo Paulo. Na primeira parte, dos capítulos 1 a 11, ele expõe uma teologia doutrinária baseada nas misericórdias divinas concluindo em 11:31 escrevendo: “Porque Deus a todos encerrou debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos”. E conclui sua robusta teologia com uma doxologia belíssima sobre a sabedoria e o conhecimento de Deus (11:33-36). Depois vem “rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus..” para entrar na teologia prática. A didática do apóstolo é correta: primeiro a ortodoxia e depois a ortopraxia. Esbocemos o sucinto, mas essencial texto.

O objetivo do rogo Paulino é a entrega da totalidade do ser dos membros do corpo de Cristo a Deus por meio de um sacrifício vivo. E mais: que eles não se conformem, isto é, assumam a forma do mundo, mas sejam transformados pela renovação da mente para que possam experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. E isto é colocado de forma imperativa – “…transformai-vos…” – um imperativo que está ao alcance de nossas mãos e que, portanto, Deus não o fará por nós. O rogo apostólico está condensado em dois versículos apenas, 1 e 2. Nos versos 3-8 ele evoca o dom apostólico que lhe foi dado e orienta-nos sobre a humildade necessária na comunhão do corpo (v. 1), sobre a unidade e a diversidade do corpo de Cristo e a conseqüente interdependência dos membros (vv. 4 e 5) e, finalmente, enumera sete dons (carismas) básicos da igreja (vrs.6-8) sem os quais ela não cumpriria sua missão de ser no mundo. Ei-los:

  • Profecia;
  • Ministério/ “diaconia”;
  • Ensino;
  • Exortação;
  • Contribuição;
  • Liderança;
  • Misericórdia.

Os dons são presentes de Deus para seu povo e devem ser exercidos como recomenda do apóstolo das gentes exposta ao lado dos dons. Para a teologia da administração da igreja o que importa é a descoberta dos dons nos membros comunidade, o aprimoramento destes na prática missionária. Sugiro, pois que a igreja tenha sete ministérios de acordo com os ministérios dos dons, a saber:

1. Ministério da Adoração – vv. 1-3 e Rm 12:8c – É um privilégio de todos os membros da igreja. Sem adoração não existe igreja. Igreja é uma comunidade apaixonada por Deus. Por isso a adoração deve permear tudo que ela faz. E a adoração que nos impele à consagração total do nosso ser e a não nos conformar com os moldes do mundo. A paixão por Deus leva-nos a buscar a boa, agradável e perfeita vontade divina. Este ministério que envolve a todos deve ser presidido pelo pastor da igreja e dele faz parte o culto e os dons necessários nele. Exemplo: música, testemunhos, proclamação da Palavra, celebrações. As ordenanças seriam aqui recuperadas: o batismo como a ordenação de cada membro ao discipulado cristão. A Ceia do Senhor recordando a mensagem básica do evangelho e celebrando a unidade e a missão da igreja em Cristo.

2. Ministério da Proclamação (profecia) Rm 12:6b – Nele devem participar os pregadores, os evangelistas, os professores e as pessoas que têm o dom do discernimento espiritual tanto das pessoas quanto do momento histórico para o exercício da oração, da evangelização e da proclamação do Evangelho. A profecia não é previsão do futuro, é ler o presente, discernir o que são “estruturas deste mundo”. Sem profetas a igreja acaba se amoldando às estruturas deste mundo. Os documentos de manifestação da igreja diante da violência e corrupção do mundo devem sair deste ministério, porque está escrito: “Onde não há profecia, o povo se corrompe, mas quem obedece à lei é bem-aventurado” – (Pv 29:18).

3. Ministério do Serviço (diaconia) Rm 12:7a, 8d – Devem ser orientados pelos diáconos e dele devem fazer parte às pessoas que têm o dom de administrar e servir os outros. É a busca constante da justiça social interna (os domésticos da fé) e também externa (aos verdadeiramente necessitados da sociedade). A diaconia deve além do serviço, exercer o dom da misericórdia, cuidando dos doentes, pobres, idosos e portadores de necessidades especiais. Esses dons devem ser exercidos no corpo de Cristo com alegria.

4. Ministério do Ensino Rm 12:7b – Os mestres devem orientar tal ministério que inclui quem tem dom do ensino. São todos os membros que tem facilidade da verdadeira interpretação da Sagrada Escritura e por sua aplicação para vida do povo. Exemplo: EBD – Adultos, Jovens, Infanto-Juvenil, discipulado, formação de líderes e demais cursos da igreja. Podem ser orientados por pedagogos quem também têm o dom de mestre.

5. Ministério do Aconselhamento Rm 12:8a Deve ser formado com as pessoas que têm o dom da exortação. É um ministério que está bem próximo do ensino. O aconselhamento deve viabilizar, acompanhar e estimular uma vida prática com o aconselhamento de Jesus. Sem o encorajamento constante a igreja pode ser presa do desânimo. A missão pastoral da igreja não é só do pastor, é também da igreja como corpo de Cristo. Neste ministério devem estar profissionais como psicólogos, psiquiatras, advogados e também membros da igreja que falem movidas pelo Espírito de Deus a outros por meio do aconselhamento nas visitações.

6. Ministério das Finanças Rm 12:8b – Planejamento e execução orçamentária da igreja, devem compor este ministério os membros da igreja, em especial, com dons da contribuição com liberalidade. Os avarentos devem ficar longe deste Ministério. É uma área que tem de estar afinada com a diaconia, pois deve estar sensibilizada também pela ação e assistência social da igreja.

7. Ministério da Comunhão Rm 12d – Formados de pessoas simpáticas que promovam a unidade do corpo. A sociabilidade da igreja, as festas especiais. A palavra da simpatia deve embelezar o caráter das pessoas que servem neste ministério que devem contaminar toda a comunidade. Esta capacidade de atração jamais deve ser formal, mas autêntica. contar com “a simpatia de todo o povo”. At 2:40-47, deve ser um ornamento da igreja. O ministério de comunicação pode contar com os profissionais de comunicação (jornal, boletim, revista, programas de rádios e tevês, Sites).

Os ministérios ora tratados poderão ter outros nomes, entretanto, não podem se distanciar dos dons básicos dos membros do corpo de Cristo que é a sua igreja. Longe desta estrutura as eleições anuais. O objetivo não é organizar os dons, mas criar espaços para o exercício deles de tal modo que todos se sintam úteis na comunhão e na missão do corpo de Cristo. A ênfase não é desenvolver a igreja como instituição, mas como um organismo vivo onde o Espírito de Cristo possa assoprar algo sempre novo na igreja. É dessa forma que teremos um corpo se tornando sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Sem o exercício dos dons a igreja se amolda ao esquema deste mundo.

Dons de Ministério em efésios 4:1-16

O texto ora analisado trás uma visão extraordinária do corpo de Jesus Cristo que é sua igreja. Poderia ser afirmado o tema central é a unidade na diversidade dos dons que ele mesmo concedeu ao seu corpo. O apóstolo Paulo movido pelo Espírito Santo exorta a igreja a primeiro viver na unidade e no exercício do amor para superar as divisões motivadas pelo orgulho e pela arrogância humana. Essa unidade na diversidade esta exemplifica do principal fundador da igreja como bem ilustra os versículos 15-16:

“Antes seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxilio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função”.

É fundamental observar os princípios básicos da unidade do corpo de Jesus Cristo que é sua igreja. São apontados sete princípios para esta unidade e para o desempenho dos dons de ministério que recebemos como digna vocação do chamado vv.1-6 veja:

  • Há um só corpo;
  • Há um só Espírito;
  • Há uma só esperança;
  • Há um só Senhor;
  • Há uma só fé;
  • Há um só batismo;
  • Há um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos.

É importante para o corpo de Cristo compreender que a diversidade de dons que cada crente recebeu do Senhor Jesus Cristo não deve ser motivação para divisão e orgulho no seu corpo nem fonte de competição, pelo contrário deve ser exercido com a finalidade

de edificação do corpo, pois esse é o desejo de quem concedeu dons aos homens e mulheres que fazem parte desse corpo“v. 7 – E a cada um de nós foi concedida a graça conforme a medida repartida por Cristo.

Explicado os fundamentos e princípios que norteiam a base constitucional do corpo da igreja fundada pelo Senhor. Podemos elencar e tentar definir a função de cada dom ministerial concedido aos crentes remidos e lavados pelo sangue do verdadeiro Senhor da Igreja, pois foi Ele mesmo que concedeu os dons para aperfeiçoamento de uns aos outros. São nomeados cinco dons específicos.

  • Apóstolos;
  • Profetas;
  • Evangelistas;
  • Pastores;
  • Mestres.

O propósito de Jesus Cristo ao conceder dons aos homens não é para divisão do seu corpo muito menos para orgulho e proveito pessoal, mas sim para crescimento e desenvolvimento da maturidade cristã. O apóstolo expressa com clareza o verdadeiro propósito e objetivos dos dons ministeriais, como registrado nos versos 12-13:

“Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade atingido a medida da plenitude de Cristo”.

Os dons ministeriais têm como finalidade manter a unidade do corpo de Cristo que é sua igreja, preparar os santos para o ministério e preservar cada cristão dos falsos mestres que pela astúcia induzem ao erro doutrinal não mantendo a unidade corpo na diversidade dos dons concedidos pela graça do Senhor Jesus Cristo.

Finalmente, os dons não podem ser usados para legitimar a estruturação institucional, mas para criar espaços para o exercício de forma livre sob orientação do Espírito Santo para que todos desenvolvam comunhão e a missão do corpo de Cristo como organismo vivo. Objetivando a unidade deste mesmo corpo tendo Cristo como cabeça e líder supremo da sua Igreja.

Uma observação: não nos preocupamos aqui com os dons de manifestação mencionados em 1 Coríntios 12 e 14 exatamente por ser dons de manifestação. Cabe ao Espírito Santo derramá-los sobre a comunidade aperfeiçoando os dons básicos e ministeriais. O que importa é que a igreja siga o caminho mais excelente, o da fé, da esperança e do amor conforme 1 Coríntios 13. Assim sua unidade e diversidade serão preservadas.

Nilson Pereira de Moura

Nilson Pereira de Moura nasceu em 1957 na cidade de Posse-GO. É casado há 25 anos e pai de três filhos. É bacharel em Teologia, com concentração em Ministério Pastoral, pela Faculdade Teológica Batista de Brasília – FTBB (1999). Ordenado ao Ministério Pastoral pela Igreja Cristã de Brasília, em 09 de dezembro de 2001, em Concílio presidido pelo Pastor Júlio Borges de Macedo Filho. Foi posteriormente aprovado em Concílio Especial de reconhecimento de exame realizado pela ICB pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, em 22 de setembro de 2009. Pastoreou como membro do Colegiado de Pastores na Igreja Batista do Jardim Paquetá, na cidade de Planaltina de Goiás, no período de março de 2008 até 13 de novembro de 2010, período que julga de extrema relevância para o seu Ministério Pastoral. Após essa experiência gratificante retornou à Primeira Igreja Batista de Sobradinho-DF (PIBS), onde ocorreu sua conversão em dezembro de 1980 e batismo em 23 de agosto de 1981. Permaneceu como pastor membro na PIBS de 14 de novembro de 2010 até 19 de julho de 2011, quando resolveu retornar à equipe pastoral da Igreja Cristã de Brasília em 24 de julho de 2011, onde foi recebido com grande alegria e unanimidade. É muito grato a Deus pela experiência adquirida na caminhada cristã. Em 18 de agosto de 2013 foi recebido como membro efetivo na Primeira Igreja Batista de Sobradinho – PIBS/DF. No dia 30 de novembro de 2014 retornou à Equipe Pastoral da ICB de copastor. Em 19 de abril de 2015 por aclamação, retornou a PIBS, na qualidade de membro efetivo. Servidor público federal, aposentado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, onde ingressou em 03 de janeiro de 1979. Atuou na Área de Gestão de Pessoas da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda-SPE/MF, e na Secretaria de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento – SPU/MP, no assessoramento técnico da ASTEC, em gestão de Pessoas. Posteriormente, exerceu a função de parecerista na Secretaria de Recursos Humanos – SRH/MP, tendo encerrado a sua participação no MPR na Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, onde exerceu os cargos de Assistente, Assessor Técnico e Chefe de Divisão por vários anos. Encerrou sua carreira no IPEA ocupando a atribuição de Auditor substituto, na Auditoria Interna do órgão. Em paralelo, exerceu o cargo de Diretor de Administração e Finanças da Associação dos Funcionários do IPEA-AFIPEA, cargo pelo qual foi eleito para o Biênio 2011/12, acumulando também o cargo de Secretário-Executivo da AFIPEA-SINDICAL. Cargos exercidos até 30 de maio de 2013.

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