O Cristão e a cidade
Sermões urbanos – 3: O CRISTÃO E A CIDADE – Jeremias 29:4-13
Julio Borges Filho
Introdução:
– Babilônia: Cidade maldita, capital do império que dominou o mundo, bela, belíssima com sua largas avenidas que se cortavam em ângulo reto abrindo-se em praças bem planejadas, com seus edifícios em quarteirões (de 3 e 4 andares), com seus jardins bem cuidados destacando-se os jardins suspensos (uma das sete maravilhas do mundo antigo), com seus templos monumentais dedicados a nove ou mais deuses, com o rio Eufrates cortando-a em duas partes (cidade velha e cidade nova), com suas ruas que se abriam em portões dourados sobre as águas do grande rio, com suas grandes e duplas e altíssimas muralhas, e com seus zigurates (torres). Centro administrativo, cultural e econômico do mundo com uma sociedade injusta, enferma e corrupta. Sim, para a Babilônia é que foi levado a elite do povo de Deus, os judeus… com que propósito?
– Brasília: Cidade patrimônio cultural da humanidade, criada a partir de sonhos místicos e com a determinação de um presidente obstinado há 53 anos, com traçados baseados em eixos retos em forma de um avião, com seus prédios monumentais e quadras residenciais de 3 e 6 andares, com seus centros comerciais e bancários, com eixos monumentais, seus palácios e praças famosas, centro administrativo e político do Brasil. Cidade de grandes decisões e escândalos, de grandeza e corrupção. Sim, foi para aqui que Deus nos trouxe. Por que estamos aqui?
– Resposta: O texto de Jeremias 29:4-13, uma famosa carta aos cativos da Babilônia nos traz pistas para a missão do cristão na cidade.
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ESTAMOS AQUI PELA VONTADE DE DEUS, v.4
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Não somos estrangeiros na cidade
– O salmo 137 nos diz que era assim que se sentiam os judeus na Babilônia: “Às margens dos rios da Babilônia, nos assentávamos e chorávamos, lembrando de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos nossas harpas, pois aqueles que nos levavam cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos alguns dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha? Se eu te esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita…” (vrs. 1-5).
– Mas a carta de Jeremias é clara: os exilados foram desterrados de Jerusalém para a Babilônia por Deus, e não pelo rei Nabucodonosor. Ali o povo iria aprender a não depender do templo para cultuar a Deus: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração”. Ali iriam desenvolver uma ética de responsabilidade individual e coletiva, e ali estava o futuro da história do povo de Deus. O cativeiro babilônio foi um dos períodos mais férteis da história do povo de Deus.
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Estamos em Brasília pela vontade de Deus. Não nos sintamos estranhos nela, mas assumamo-la como nossa cidade. Brasília é a cidade que eu mais amo. Foi amor à primeira vista. Deus tem uma missão para nós nesta bela e desafiadora cidade.
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CRIANDO RAÍZES, vrs. 5 e 6
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Construindo, trabalhando e vivendo, v. 5
– Jamais agindo como escravos, mas como cidadãos. Ex: Daniel, Sadraque, Mesaque e Abadnego
– A moralidade como um bote salva-vidas (não apenas defendendo os membros, mas cumprindo uma missão no mundo).
– A dimensão cristã do trabalho: Deus é glorificado no trabalho e através do trabalho.
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Constituindo família e multiplicando, v. 6
– A família como célula mater da sociedade e como base da igreja. O lar como o centro do culto.
– O crescimento é essencial, mas crescimento com qualidade.
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CONHECENDO E AMANDO A CIDADE, vrs. 7-13
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Deus ama a cidade e nós devemos amá-la. Deus se preocupa com ela e nós devemos nos preocupar. Não problema ou desafio da cidade que não seja nosso desafio. Deus em Cristo percorria as cidades julgando e salvando, lamentando e amando (Lc 19:41-44). A Bíblia começa com um jardim (O jardim do Éden), mas termina com uma cidade (A Nova Jerusalém).
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Procurando a paz da cidade
– A violência na cidade. O profetas agitadores não enviados por Deus incentivando a guerrilha e a violência. O diagnóstico da cidade.
– Servindo em nome do Senhor e adquirindo o direito de falar à cidade sem perder a sua identidade. Recuperando a voz profética.
– Construindo estratégias para destruir o mal e semear o bem (Shalom= paz com justiça social). Colocar-se como voz dos sem voz.
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Orando por ela ao Senhor
– Ampliação de nossa agenda de oração…
– A oração como um estilo de vida: nossos atos transformados em devoção.
Conclusão:
– Aqui estamos porque Deus nos trouxe com um propósito redentor, aqui devemos criar raízes investindo no trabalho e na família. Por isso devemos conhecer (estudar) e amar a cidade.
– Participação de todos: 1) Como você se sente em Brasília? 2) Por que você está aqui?