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K A L O S – BELEZA SIMPÁTICA

                                                                                                                      Julio Borges Filho (conteudo extraído do livro
                                                                                                                     “Palavras chaves do NT” de William Barclay.

 Kalos é uma palavra característica do NT para descrever uma qualidade específica da vida cristã. Ela ocorre 100 vezes no Novo Testamento. É geralmente traduzida por bom e honesto.

No grego clássico kalos é uma das palavras mais nobres nunca perdendo seu esplendor. Era usada originalmente para descrever a beleza da forma podendo ser aplicada a qualquer pessoa encantadora, bela, generosa. Mas era usada também para descrever qualquer coisa bonita, sempre com a ideia de encanto, de atração, graciosidade, daquilo que deleita o coração e dá prazer aos olhos. Era usada também como adjetivo que subtende amor, admiração e honra. Finalmente é usada para qualquer coisa boa e honesta. É, portanto, a palavra da bondade encantadora.

No grego secular do Novo Testamento kalos é usado para descrever tudo o que é bom. É usada para descrever as boas obras que devem caracterizar a vida do cristão. Nossa luz deve brilhar diante dos homens para que vejas as nossas boas obras (Mt 5:16). Jesus mostrou aos seus inimigos muitas boas obras (Jo 10:32,33).

Paulo a usa para descrever aquilo que é bom (Rm 7:14 e 1 Co 13:7). Os gálatas não devem se cansar de praticar o que é kalos (}Gl 6:9). Os tessalonicenses devem testar todas as coisas e reter o que kalos (1 Ts 5:21).

O cristão deve ser um exemplo de boas obras e ser zeloso por elas (Tito 2:4). Deve ser solícito para produzir boas obras que devem distinguir a sua vida (Tito 3:8, 14). Os cristãos devem incitar uns aos outros ao amor e às boas obras (Hb 10:24); e devem ter uma boa consciência (Hb 13:18).

As epístolas pastorais insistem que os oficiais da igreja tenham bom/kalos testemunho dos de fora (1 Tm 3:7). As únicas riquezas e fundamento do cristão devem achar-se nas boas obras (1 Tm 6:18).

Tiago conclama os homens a viverem um tipo de vida que comprove e demonstre a sua fé (Tg 3:13). Pedro conclama os convertidos a tornarem kalos o seu modo de vida entre os gentios (1 Pe 2:12).

O NT sustenta que a melhor arma missionária que a igreja possui é a vida verdadeiramente cristã. As pessoas devem ser atraídas para Cristo vendo a nossa vida calorosa, cheia de atração e encanto.

A palavra kalos é usada, ainda, no NT para caracterizar cargos na igreja, a bondade do cristão, o seu serviço e sua fidelidade a Cristo. O ensino cristão deve ser kalos (1 Tm 4:6), o testemunho e a profissão do cristão devem ser kalos (I Tm 6:12, 13). Em suma, cada cristão deve ser kalos.

Os evangelhos falam em dois belos textos usando a palavra kalos para descrevê-los. O primeiro descreve a cena tocante da mulher na casa de Simão, o leproso, que unge a cabeça de Jesus como caro unguento. Diante das críticas machistas, Jesus a defendeu dizendo: “Ela praticou boa, kalos, ação para comigo” (Mt. 26:10 e Mc 14:6). O segundo, em João 10:11 e 14, descreve Jesus como o Bom Pastor. O pastor não cuida das ovelhas com eficiência fria, mas com amor sacrificial. Ele dá a vida pelas suas ovelhas.

Resumindo: a ideia básica na palavra kalos é a da beleza simpática. Nada pode ser kalos sem que seja produto do amor. As ações que são kalos provêm de um coração onde o amor reina com supremacia.

“A sabedoria pode confundir; a erudição pode desnortear; a eficiência pode gelar; a agressividade pode antagonizar. Aquilo que puxa os corações dos homens e os atrai para Cristo é atração simpática que há no própria Jesus, atração esta que deve residir naqueles que declaram se dEle” ((William Barclay).

Se quisermos servir a Cristo na sua igreja, deve haver em nossas vidas aquela beleza simpática que dará a nós, também, o direito ao título de kalos, a mais bela de todas as palavras que descrevem a vida cristã. Meu filho Jusiel, de saudosa memória ilustrava muito bem a palavra kalos. Era uma pessoa de uma beleza simpática que atraia a todos. Era caloroso.

Eis nosso desafio: Em meio a tantos desmandos e deturpação da fé, sejamos kalorosos!…

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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