UMA NEBLINA CHAMADA OSIMAR
“Sois, apenas, com uma neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” – Tiago 4:14b.
Alvimar, seu irmão gêmeo, comunicou-me ontem por telefone que a situação de saúde de Osimar é gravíssima, e que, provavelmente, ele parta dentro de um mês. Está na UTI do Hospital São Marcos em Teresina. Curvei-me diante de Deus intercedendo por ele, e lembranças desse grande irmão me afloraram a mente.
Lembro-me dele adolescente brigando com outros rapazinhos do Geti instigado pelo nosso irmão mais velho Delile. Vejo-o depois como um grande namorador em Corrente, Parnaguá e Curimatá, e depois como orador inflamado e eloquente. Osimar é o 6º filho dos onze de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo. Três irmãos já partiram: Enir, ainda pequenina, Alírio em 1990, Estelita em 2012, e oito estão aqui: Delile, Carlyle, Enir (Nizinha), Alvimar, Osimar, Lair, Julio Filho e Nilce.
Acompanhei-o em suas crises e na construção de sua grande família com Eliete. Três filhos, duas mulheres e um homem (Carla, Alvimar Sobrinho e Andreia). As duas filhas são casadas com Eder e Francisco. Vieram os netos num total de sete (Lucas, Luana, Eder II, Victória, Victor. Julia e Isabelle) para alegrar sua vida de grande pai e grande avô. É um patriarca coruja que acompanha os filhos e netos com carinho extremado.
Político, trouxe para Curimatá o CNEC – Conselho Nacional de Escolas da Comunidade. Na fundação do município de Julio Borges, liderou a campanha para a criação do município que ganhou o nome do nosso saudoso pai em histórico plebiscito, e só não foi seu primeiro prefeito devido à sua precária saúde. A Câmara de Vereadores do município deseja lhe conceder o título de Cidadão Honorário de Julio Borges.
Estive duas vezes com ele em Luiz Correia onde adquiriu uma bela casa próxima à praia de Atalaia. Não me deixava pagar nada e andava com os bolsos cheios de dinheiro. Quando morei em Teresina eu era confundido com ele. Um taxista filho de uma ovelha disse à sua mãe que tinha visto o pastor dela bebendo num bar. Era ele.
Em trânsito por este mundo ele deixou sua marca de serviço, de hospitalidade, de alegria de criança, de grande irmão e cidadão. Partindo, continuará vivendo através da esposa, filhos e netos. Ele foi como uma vela: consumiu-se a si mesmo para iluminar outros.
A que compararei o meu grande irmão? Tiago 4:14 me responde: “Sois, apenas, com uma neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” Uma neblina chamada Osimar, bela, passageira, anunciadora do tempo, fertilizando a terra e simbolizando o céu. Irá completar 74 anos no dia 21 de junho próximo. Chegará lá? Oro a Deus por um milagre para que possamos ver de novo o seu sorriso simpático e contagiante.
Brasília, 11 de abril de 2015
Julio Borges Filho – irmão