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UMA FARSA DE JULGAMENTO

UMA FARSA DE JULGAMENTO

                                                                                              Julio Borges Filho

O julgamento de ontem (24.01.2018) pela 8ª turma do TRF4 foi mais uma página triste e escura do judiciário brasileiro. Assisti partes dos votos dos desembargadores e não tive estômago para mais. E, porque não posso me silenciar, seguem algumas considerações:

  1. Ficou claro que há uma tabelinha entre a Laja Jato de Curitiba e os julgadores de Porto Alegre. Os argumentos da defesa foram respondidos pelas acusações dos procuradores. Acho mesmo que os desembargadores, autênticos marajás, agiram como advogados de defesa de Moro e como procuradores e não como juízes. Lula não pode esperar nada de bom deles, e isso ficou bem claro.
  2. Tive a impressão que tudo já estava programado e combinado. Corroboram com isso a antecipação do julgamento passando por 237 processos no TRF4 e o veredicto já antecipadamente conhecido.
  3. Notei um certo grau de ódio nos dois primeiros desembargadores, e o terceiro disse apenas amém. Lula foi tratado como inimigo e não como réu. Caifás perdeu para eles. Havia uma disposição clara para condenar e não para julgar. Acho que, em parte, isso ocorreu por Lula e o PT confrontarem a frágil sentença de Moro tratada como justa e imparcial pelos juízes, e, de outro lado, pela pretensão de parte do judiciário de ser moderador do debate político no Brasil. O relator chegou até ao cúmulo de justificar a condução coercitiva de Lula por Moro, a divulgação das gravações ilegais de seus advogados e da família do ex-presidente, a indústria das delações premiadas, tanto que amenizou as penas dos delatores, e ainda prometeu prisão após o julgamento. O segundo desembargador parecia um Deltan Dellagnol  diante dos holofotes.
  4. A curto prazo a condenação unânime de Lula com aumento de pena terá um efeito destruidor para os planos do ex-presidente de retornar ao Planalto, mas a longo prazo os carrascos de Porto Alegre serão transformados em vilões pela história. Espero que as instâncias superiores garantam a candidatura de Lula e corrijam os erros dos juízes parciais. Foi um julgamento político e não jurídico assim como o da primeira instância em Curitiba. Isso bastaria para que o STF reveja a possibilidade de prisão após a segunda instância.
  5. Não vi nenhuma intenção de combater a corrupção, mas um moralismo farisaico sem nenhuma moralidade. Na verdade foi um atentado à nossa nova e frágil democracia. Denúncias mais graves não são nem ao menos apuradas. Curiosamente a PGR arquivou ontem o processo contra o tucano José Serra por ter recebido 52 milhões de JBS, e isso sem falar nos bilhões torrados para salvar Temer e comprar a aprovação de reforma de previdência.
  6. Algo de pitoresco ocorreu logo no início do julgamento. Após a fala do procurador, ouviu-se um brilhante discurso de um famoso advogado também acusando em nome da Petrobrás. Ele citou Monteiro Lobato que chegou a ser preso por defender que “o petróleo é nosso”. Deve ter recebido uma boa grana para tanto. O chocante é que a Petrobrás, graças a ação da Lava Jato e do impedimento de Presidenta Dilma, está sendo entregue quase de graça às petrolíferas estrangeiras, e mais: pagou 10 bilhões de reais num acordo para indenizar acionista americanos, e seu presidente disse que não tem obrigação nenhuma de indenizar os acionistas brasileiros.
  7. Finalmente, tive uma leve impressão que há interesses escusos, nacionais e estrangeiros por trás de tudo isso. Li na internet que um político do Panamá denunciou um Pacto em Atlanta de líderes da direita latino-americana, com aval do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, para derrotar os candidatos de esquerda por outras vias que não sejam as urnas. E Trump, recentemente, falou claramente que os Estados Unidos usarão de todos os meios possíveis para defender seus interesses no mundo.

 

O calvário de Lula continua porque vêm mais condenações por aí, e o jornal O Globo já comunicou que a Laja Jato vai em 2018 investigar os filhos dele, isso para fazer manchetes políticas na Globo para prejudicá-lo e favorecer seus adversários em pleno ano eleitoral. E Gebran, Laus e Paulsen, que ontem condenaram um Silva, já avisaram: as condenações de Lula que vierem de Curitiba serão mantidas e ampliadas. E eu, de minha insignificante parte, também aviso:  Como sou sempre contra os opressores e sempre do lado dos oprimidos e perseguidos, apoio Lula ou Ciro Gomes para a Presidência do Brasil. A direita nada tem a oferecer aos pobres e excluídos porque fez opção clara pelos ricos e pelo capitalismo excludente e desumano. Em suma, digo não ao fascismo e a exploração.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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