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A SEITA CRIADA NA LAVA JATO

 A SEITA CRIADA NA LAVA JATO

                                                                                                          Julio Borges Filho

Sempre achei que religião e política juntos é nitroglicerina pura. Pode causar explosões prejudiciais à democracia e à fé. Porém, isso aconteceu no Brasil nos últimos anos e, de um modo especial, na Operação Lava Jato. O ex-presidente Lula pressentiu isso quando a qualificou como “A República de Curitiba”. Quis ele dizer que se tratava de uma operação policial num estado paralelo e, por isso mesmo, perigosa para nosso país. Na verdade a Lava Jato produziu, entre muitos males, uma seita jurídica, política, e religiosa fundamentalista.

Deltan Dallagnol, chefe dos procuradores da Lava Jato, evangélico fundamentalista, difundiu  a ideologia que eles tinham uma missão divina de combater a corrupção e, para tanto, poderiam usar métodos corruptos porque estavam acima do bem e do mal, dando assim aos procuradores o papel de acusadores vorazes escolhendo seus inimigos e induzindo os delatores a delatar o que eles queriam. E poderia ganhar dinheiro com isso como de fato o fez. O diabo faz bem esse papel. Sérgio Moro, o juiz, católico, mas por influência de sua mulher e anti-petista declarado, cuidou dos processos e das sentenças e, com a ajuda da Globo, tornou-se uma celebridade e herói nacional com fama de implacável, honesto e justo. Seu objetivo era o poder político, não por via eleitoral, mas pela toga. O juiz Bretas, da Lava Jato do Rio, evangélico de Bíblia na mão, seguiu na mesma direção. O papel do messias ocupa tal espaço. A PF a serviço da operação cumpria ordens do “grande” juiz sem discutir como soldados que aprendem a antiga lição, como cantou Geraldo Vandré, de “morrer pela pátria e viver sem razão.”. O Judiciário brasileiro, até então, um poder pálido na República, aplaudiu tudo com exceção do Ministro Teori Zavascki do STF que interferiu duramente e condenou a espetacularidade e abusos da operação, mas logo foi apagado e teve morte trágica. Seu substituto natural, Humberto Martins do STJ, foi bloqueado pelos procuradores da Lava Jato que o envolveram numa delação. Surgiu um aliado no Supremo para o lugar de Teori, o ministro Edson Fachin, celebrado por Dallagnol com alegria juvenil, porém, um juiz sério. O STF se acovardou diante de tanto sucesso. Moro, sempre com o apoio da Globo e conivência da mídia tradicional, dominou parte do Judiciário brasileiro. A seita, unindo religião, justiça e política estava formada, oferecendo ao público sedento  espetáculos através da Rede Globo. Assim todos os abusos foram praticados certos de que nunca seriam descobertos. Só se esqueceram de uma coisa: o Deus verdadeiro na compactua com isso e, às vezes, escreve certo por linhas tortas. Razão tinha o Apóstolo: “De Deus não se zomba”..

Seus erros hoje, em pleno Lava Jato, foram expostos: de operação transformou-se numa instituição, formaram um partido político sem votos para combater a corrupção; criaram um projeto de poder desgastando seu principal adversário, o Partido dos Trabalhadores; praticou a corrupção que dizia combater; e, finalmente, criou um fundo carola característica de todo fundamentalismo, combatendo o mal dos outros e jamais vendo seus males. Consequência: ajudaram a derrubar Dilma; prenderam Lula para tirá-lo da disputa eleitoral; ajudaram a eleger Bolsonaro, um presidente predador e incapacitado para o cargo; destruíram nossa indústria pesada e entregaram o Brasil ao controle dos EUA. E mais: difundiram a seita em igrejas cujo moralismo é terreno fértil. O atual presidente que faz o papel de demônio na seita, em gratidão pelos serviços prestados, convidou Sérgio Moro como Ministro da Justiça e, ele, vaidoso e sedento de poder, aceitou, o que foi o seu maior erro. Mas felizmente, com a Lava Jato, o STF está acordando e espero que coloque freios na justiça brasileira e repare os erros e pecados cometidos recuperando sua dignidade…

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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