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UMA SINFONIA INESQUECÍVEL

Julio Borges Filho

Na noite de 22 de outubro de 2019, eu e minha esposa, resolvemos comemorar nossas Bodas de Bronze (51 anos) assistindo o concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro sob a competente regência do maestro Isaac Karasbtchevski, especialmente convidado. A Sinfonia nº 1 de Gustav Mahler, durante uma hora, nos enlevou, e não somente a nós, mas a toda a atenta e vibrante plateia do Cine Brasília com mais de mil pessoas. É um poema sinfônico, “uma saudação ao mundo” como definiu uma sinfonia o grande compositor austríaco.

O maior maestro brasileiro, “um dos ícones vivos do Brasil” como indicou o jornal inglês The Guardian, foi soberano, e a orquestra, magnífica, obediente e afinada. Fiquei maravilhado com um gênio humano capaz de conduzir harmonicamente 90 músicos (primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, oboés, clarinetas, fagotes, trompas, trompetes, trombones, tímpanos, percussão, harpa e tuba). Para além do virtuosismo, maestro e orquestra eram um só numa harmonia belíssima. Se Lucifer, o anjo de luz, era maestro que, empolgado com seu gênio, desejou ser como o Altíssimo, e caiu, tal não acontece com o nosso maestro: ele aprende a ser humilde se doando às pessoas doente e a comunidades pobres.

A sinfonia nº 1 de Mahler foi concluída em 1893, mas sua forma definitiva aconteceu em 1906. Os dois movimentos iniciais correspondem simbolicamente a “dias da juventude – flores, frutos e espinhos”. O primeiro devagar, arrastado e batizado de “Primavera sem fim” tem uma suavidade que nos acalma e nos convida à harmonia interior e feliz. O segundo é poderosamente agitado, como se o autor previsse a Primeira Guerra Mundial com o fim do Império Austrio-húngaro. Os dois movimentos seguintes Mahler denominou “Comédia humana”. O primeiro deles era uma marcha fúnebre, e o segundo grávido de esperança que vai do “inferno ao Paraíso”. E a gente viaja para dentro de nós mesmos vendo nossos sonhos “deixados sobre a mesa”, ora tranquilos, ora agitados, voamos nas asas da sinfonia maravilhosa. Os contrabaixos me comoveram, talvez porque me lembraram meu filho que que nos deixou a mais de 16 anos e que tocava um. Pensei em minha alma: “O mundo bem que poderia ser uma orquestra em plena harmonia unindo as diferenças em uma só voz numa melodiosa sinfonia. Utopia? Sim!… Sonhar com impossível é possível porque Deus colocou “a eternidade no coração do homem” e a esperança cristã afirma que, não somente a humanidade, mas o universo inteiro serão redimidos em Cristo e transformados em “novo céu e nova terra” numa eterna sinfonia.

Comemoramos bem nossas Bodas de Bronze e, para complementar a noite, comemos uma deliciosa moqueca de tilápia, o peixe do céu, no restaurante Peixe na Rede da Asa Sul só com nós dois, e retornamos em harmonia para nosso lar.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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