A REVOLUÇÃO FEMININA
Julio Borges Filho
Marginalizada e explorada durante milênios na história humana, a mulher tem feito uma verdadeira revolução nos últimos tempos. No projeto de uma sociedade justa e fraterna que sonhamos é fundamental a participação das mulheres em todas as áreas da vivência humana. A mais bem-aventurada entre as mulheres, Maria, a grande mãe de Jesus, lançou em seu cântico, o Magnificat, as bases de uma revolução feminina que objetiva a construção de uma nova humanidade com uma nova ordem no mundo. Talvez por isso Stanley Jones afirmou ser o cântico de Maria o documento mais revolucionário da civilização ocidental. Ei-lo magnífico:
“A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,
porque contemplou na humildade de sua serva.
Pois, desde agora todas as gerações
me considerarão bem-aventurada,
porque o Poderoso me fez grandes coisas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia vai de geração em geração
sobre os que o temem.
Agiu com seu braço valorosamente;
dispersou os que, no coração,
alimentavam pensamentos soberbos.
Derrubou de seu trono os poderosos
e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos
e despediu vazios os ricos.
Amparou a Israel, seu servo,
a fim de lembrar-se de sua misericórdia
a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre,
como prometera aos nossos pais.
Observa-se, numa rápida leitura do Magnificat, que Maria reconhece o senhorio de Deus sobre a história, e fala de três revoluções promovidas por Deus com a participação humana: a revolução moral – dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos; a revolução política e social – derrubou de seu trono os poderosos e exaltou os humildes; e a revolução econômica – encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, espero que a revolução feminina proposta pela maior de todas as mulheres, alcance sua plenitude no engajamento das mulheres de todas as idades num movimento libertário no Brasil e no mundo.