SEGREDOS OFICIAIS – O filme
SEGREDOS OFICIAIS – O filme
Julio Borges Filho
O bom da verdade é que um dia ela vem à tona. O filme “Segredos Oficiais” trata disso, e isso foi possível por causa de um jornalismo investigativo sério num país sério. Como gosto das atuações da bela atriz inglesa Keira Knichley, fui assisti-lo, e saí ruminando comigo mesmo: “Nunca confie na propagando oficial para justificar atos cruéis…”
O filme de Gavin Hoot conta a história verídica de Katharine Gun (Keira Knichley), uma tradutora de mandarim para o inglês, casada com um curdo turco, que tornou-se mundialmente conhecida por expor um segredo confidencial do governo de George W. Bush, dos EUA, e do governo inglês de Tony Blair que pressionavam seis países do Conselho de Segurança da ONU a apoiar uma resolução pela Guerra do Iraque. Tudo com base na mentira (Fake News) de que o Iraque tinha armas químicas. A coragem indômita da funcionária da Agência de Segurança Nacional inglesa, que só pensava nas vítimas inocentes da guerra cruel e desumana, conta com a ajuda de um grande jornalista investigativo do The Observator e um excelente e digno advogado. A pressão do governo, através do Ministério Público inglês é terrível (prisões dela e do marido, ameaça de deportação do marido, interrogatórios, etc), mas Katherine Gun resiste bravamente. Bem, graças a isso, os dois governos não conseguem apoio da ONU e declaram a guerra à revelia, e todos sabemos o resultado: mataram cerca de um milhão de pessoas, derrubaram e mataram Saddan Hussein, criaram o Estado Islâmico provocando mais matança, e foi comprovado que a motivação era falsa. Assim não tiveram outro caminho senão de desistir do processo contra Katherine para não expor o governo inglês num ano eleitoral. Assim é a justiça dos homens quase sempre casuística.
Por isso, meu amigo e minha amiga, desenvolva um espírito crítico capaz de relativizar governos e jamais ser “gado” seguindo uma bitola, autoridades ou pessoas sem reflexão. Aqui no Brasil o jornalismo investigativo ainda é fraco e a mídia tradicional publica qualquer notícia desde que seja paga ou aumente a audiência e, geralmente, está a serviço de grupos econômicos poderosos. Parece que começa a surgir um jornalismo investigativo ainda pequeno, mas promissor. Concluindo, deixo dois imperativos bíblicos que nos ajudam a ver bem melhor, um paulino e o outro de Jesus: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente…”; “Sede simples como as pombas e astutos com as serpentes”.