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TÊNISSON, MEU AMIGO DE VÁRSEAS

TÊNISSON, MEU AMIGO DE VÁRSEAS

Julio Borges Filho

Hoje, 26.03.2021, recebi um carinhoso recado pelo zap  de Elineide, minha meiga ex-ovelha de Teresina que, indiretamente entrou na minha família “Guerra”,  porque sua filha casou-se com um primo meu sobrinho de Tênisson. O recado dizia: “Bom dia, pastor Julio! Notícias tristes de seus parentes de Curimatá/Pi. Sr Tênisson, primo que você brincou na infância, perdeu uma filha (Solange) em fevereiro num acidente de carro. Ela vinha de Brasília visitar o pai e o carro desgovernou na estrada capotando. Vinham outras pessoas no carro, mas só ela faleceu. Infelizmente agora foi o Sr Tênisson. Saúde bem debilitada, foi hospitalizado em Teresina, entubado, rins faliram, precisou fazer hemodiálise, mas não resistiu. Sinto muito! ´Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações´”,

A notícia da partida de Tênisson me transportou para minha infância e adolescência em Curimatá, mais precisamente, para a Boa Vista onde os Guerras reinavam. Ali moravam o tio João Guerra e sua irmã Maria Guerra numa casa com uma ampla e bela várzea na frente, a uns quinhentos metros depois estava a casa do tio Julio Guerra com suas lindas filhas. Depois, bem próximo, vinha a casa do tio Raul Guerra. Uns dois quilômetros depois vinha a casa de minha avó Maria José que chamávamos de Iaiá onde moravam dois tios (Raimundo e Josina), e dois quilômetros além a casa do tio Antônio Guerra e tia Leodomira com muitos queridos  primos. A Boa Vista era chamada assim porque era só vista lindas várzeas com muitas ilhas de matas e morros serras príximos. Embora morasse na cidade, era na Boa Vista onde eu me encontrava e brincava com meus primos. Destaco quatro: Tênisson, Hélio, filho de tio Raimundo, Julião e Joelci, filhos do tio Antonio. Tênisson era o mais parecido comigo, meu sósia, e nas várzeas brincávamos de andar em cavalos de pau nas várzeas, caçar passarinhos, escorregar na lama, comer tamarindos na casa de tio Julio. Ele era filho do amado casal Josué e Raulina, mas foi criado desde pequeno, pelos tios solteirões João Guerra e Maria Guerra, Dormi muitas vezes em sua casa e acordávamos cedo com o cheiro do farto café da manhã da tia Maria.

Com sua morte, antecedida da dor da perda trágica de sua linda filha Solange, uma parte de mim se foi. Sinto-me menor como também se fosse aos poucos nos amigos que partem. Um amigo de infância é amigo da vida inteira. E como lamento não ter mais convivido com ele e sua família nas minhas idas a Curimatá, mas sempre que vou lá passeio pelas várzeas, agora cercadas de arame farpado perdendo sua liberdade e dificultando a caminhada, e passo pelos lugares felizes de outrora.  Quando nos encontrávamos o abraço era forte. Que as consolações do Espírito de Deus pairem sobre todos os familiares e parentes nesta hora de dor e separação. A morte nos cerca e nos deixa tristes, mas sua morte está decretada por Jesus Cristo. Por isso, “onde está, ó morte da tua vitória?”

# Morte, separação

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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