A conversão do amor
Lucas 22:31-34; João 21:15-23
*Julio Borges Filho
INTRODUÇÃO:
– Na praia Cai N´água, em Olivença/Ilhéus, há duas décadas, ouvi uma oração cantada: Derrama, Senhor! Derrama, Senhor! Derrama sobre nós o seu amor…” Passei o dia cantando esta oração e, desde então, a tenho cantado em minha vida. Eis o gênesis deste sermão inspirado na vida do Apóstolo Pedro.
– A conversão não é um fim, é o começo da vida cristã. E a vida cristã é uma sequência de conversões cujo objetivo é a semelhança com Cristo. E o que há de mais profundo na conversão é a conversão do ego através da auto-rendição. E o que há de mais profundo no ego é a aspiração de amar e ser amado. Fomos criados pelo Deus que é amor para amar e ser amados. Se não amamos e não somos amados violamos a mais profunda lei do nosso ser.
– A conversão do amor é a conversão da perversão: temos amado as coisas falsas com um amor falso (o eu, o sexo, a posição, o poder, o prazer, as posses). O teólogo Nels Ferré disse que teve três conversões: ao cristianismo tradicional, à honestidade, e ao amor de Deus e do homem.
– Dois homens de Deus estão diante de nós hoje: O Apóstolo Pedro (3 anos de discipulado) e o Pastor Josué (30 anos de pastorado). Um abre o caminho para o outro.
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A VIDA SEM A CONVERSÃO DO AMOR
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É egoísta – – “Nós deixamos tudo e te seguimos… que recompensa teremos?” – A contenda pelos primeiros lugares… – A atitude de superioridade em relação aos outros…
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Uma fé imperfeita:“Tu és o Cristo…”; “Senhor, para quem iremos nós…” x Andando sobre as águas…; e a tríplice negação…
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Uma mente e atitudes mundanas – Limitando o perdão… – A ideia mundana do Reino: “Longe de ti…”- No lava-pés – A atitude zelota/violenta na prisão de Jesus – A linguagem obcena na terceira negação.
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O AMOR SE FEZ CARNE: A CRUZ
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Como pode Deus converter nossos amores? – Através do mandamento? Seria a Palavra transformada em moralidade; – Provando que o ódio é mau e que o amor é bom? Seria a Palavra transformada em filosofia; – Dando leis e mandamentos para a vida comunitária? Seria a Palavra transformada em instituição. Tudo isso seria a Palavra transformada em palavras. Uma dissertação sobre a beleza do amor nos deixaria frios; uma exortação ao amor não nos comoveria; uma ordem para amar nos deixaria insubmissos. Esta é a proposta do islamismo: A Palavra se fez livro (Alcorão). A proposta cristã: A Palavra se fez carne…
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Deus nos responde revelando sua natureza de um modo incrível e impossível: a cruz de Jesus Cristo – É revelação e reconciliação: Jesus deu a vida pelos amigos e pelos inimigos recebendo o castigo pelos nossos pecados. – A cruz desmascara as estruturas humanas e demoníacas (a humilhação de principados e potestade – Cl 2:15). Por isso este é o grande assunto de Moisés, Elias e Jesus no Monte da Transfiguração. É o assunto central da Bíblia. Só na cruz de Cristo o nosso amor pode ser redimido. Somente nela é que o homem sente plenamente o que o separa de Deus; “mas é nessa mesma cruz, e tão somente nela, que o homem percebe não estar mais separado de Deus” (Emil Brunner).
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A CONVERSÃO DO AMOR – João 21:15-23
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É ser convertido no berço da alma – Toda vinda a Jesus traz o sentimento de regresso ao lar. IL 1: Teólogos da França do século 14. A ciência está descobrindo o amor. Só nele somos plenamente curados. Karl Menninger: “O amor é o remédio para a enfermidade do mundo.” As pessoas precisam de amor, sentido e segurança. A carência de amor é a causa de nossos males. IL 2: Flamino Fávero e o prisioneiro na Penitenciária de São Paulo: “Doutor, com o Senhor eu vou até para o inferno.” IL 3: Márcio (deliquencia juvenil).
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É se converter aos outros – Pastoreia minhas ovelhas. O Pastor é alguém chamado a amar. Há quantos lobos e vaqueiros guiando o rebanho de Cristo. O lobo busca os bens das ovelhas, o pastor o bem da ovelha. O vaqueiro cuida do gado e, como diz famosa canção popular, “porque gado a gente marca, engorda, ferra, come e mata, mas com gente é diferente.” O Pastor é especialista em gente. IL 4: O Pastor inglês e o arcebispo anglicano (O novo mandamento). Pedro aprendeu a liçao: o pastor come qualquer comida (Cornélio) sem nenhum preconceito. Eis o que ele recomenda a todos os pastores de todas as épocas: Pastoreai o rebanho de Cristo… – 1 Pd 5:2-4.
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É seguir a Jesus incondicionalmente – É não comparar-se com o outro. É ser afetado pela sua vida, é identificar-se com Ele na sua morte (crucificado cabeça para baixo em Roma), é levar dia a dia a sua cruz até os limites extremos. Pedro sentiu de novo o olhar de Jesus, ouviu de novo o canto do galo sem de novo o galo haver cantado, e respondeu: Senhor, Tu sabes todas as coisas. Tu sabes que eu te amo.
CONCLUSÃO:
– Quantas vezes o galo cantou durante o teu ministério? É o chamamento para a conversão do amor. O pastor é alguém especialmente tentado por Satanás. Com o tempo Deus nos ensina a fazer dele um aliado. Foi assim com Pedro, foi assim com Paulo: “O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
– “Tu me amas?… Tu me amas? …. Tu me amas? – Se me amas, ama minhas ovelhas… Apascenta-as… “O amor é infalível; não comete erros, porque os erros são a falta de amor” – Wiliam Law. O apóstolo Paulo: “Que todos os vossos atos sejam feitos com amor” – 1 co. 16:14.
– Cantando o hino-oração: “Derrama, Senhor! Derrama, Senhor! Derrama sobre nós o seu amor”.
*Pregado na ICB no domingo 02/06/2012 e na
Igreja Memorial Batista de Brasília nos 30 anos
de pastorado do Pr. Josué Mello Salgado