Sermões

A PAZ DE DEUS

Série de sermões sobre Paz para a cidade (1):                                                                            Filipenses 4:2-7

                                                                                                                                                                           Julio Borges Filho

INTRODUÇÃO:

Paulo diz que a Paz de Deus excede todo entendimento. Está para além de nossa compreensão, mas podemos experimentá-la. Como explicar isso? Há coisas no universo que não entendemos. Por exemplo: Calcula-se que há 70 trilhões de estrelas no universo. A maior já descoberta pelo homem chama-se VY Canis Majoris (constelação de Cão Maio na via Láctea), a mil anos luz da terra, 2.9 bilhões de kms de diâmetro, e é 2.100 vezes maior que o sol. Já o sol é 1.300 maior que a terra. A segunda estrela maior é Betelgeuse (constelação de Orion), 650 vezes maior que sol e irradia mais de 100 mil sois juntos, e fica 1.270 anos luz da terra. Como entender isso? Pois bem, o Criador do universo tem uma paz imensa, infinita, que excede todo entendimento humano.

– Deus nos criou para vivermos em paz uns com os outros, consigo mesmo e com Ele. Mas as brigas e guerras fazem parte da conflituosa vivência humana nas áreas individual, familiar, religiosa, social, política, econômica, nacionais, etc. Tanto que já se consagrou a frase: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Todas as nações do mundo se armam… A violência aumenta no mundo. E um dos sinais mencionados por Jesus de sua segunda vinda é “haveria guerra e rumores de guerra”.

– No texto paulino aos filipenses, no seio da igreja, uma das melhores do Novo Testamento (“minha alegria e coroa”, diz dela Paulo), diagnosticamos conflitos e problemas que ameaçavam a paz. Nossa Igreja elegeu o tema “Paz para a cidade” para este ano. Para semearmos a paz de Deus em Brasília, precisamos possui-la plenamente.

 

I.                   INIMIGOS DA PAZ DE DEUS, vrs. 1-61.      Briga pelo poder

– Evódia e Síntique eram duas mulheres líderes da igreja e cooperadoras do Apóstolo, mas que tinham desavenças. Daí o rogo apostólico para que elas “pensem concordemente no Senhor”.

– Tal briga exigia uma ação conjunta de líderes da igreja (Sízigo, Clemente e outros.

2.      Pessoas não arroladas no Livro da Vida

– Membros no rol da igreja, mas não arrolados no céu

– Arrolados no Livro da vida, mas vivendo como se não o fossem

3.      O não cultivo da alegria e da moderação

“Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos” – A alegria é poderosa arma na comunhão e unidade da igreja. Pessoas que não cultivam a alegria são pessoas azedas e dispostas a brigas e desavenças. Mas a alegria é no Senhor, e exige cultivo diário e mente positiva (uma ação contínua. O livro de Gênesis diz que uma vez Abraão, amigo de Deus, conversando com Ele, rolou no chão de tanto rir, e Deus lhe disse: O nome de seu filho com Sara será Isaque (Ele riu).

– “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens, perto está o Senhor” – Moderação e evitar posições extremas… É a busca do equilíbrio, do caminho do meio. Buda nos dá uma aula sobre o assunto quando após semanas de jejum e meditação, viu um homem num barco

com remos se equilibrando no rio. Descoberta: O caminho da meio é o caminho da vida.

4.      A ansiedade

– “Não andeis ansiosos de coisa alguma…” – A ansiedade antecipa problemas e rouba as energias na solução de problemas. Não resolvemos problema nenhum com a ansiedade. Jesus disse: “qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à vossa estatura?”

– Paul Tillich no seu pequeno e grande livro “A coragem de ser”, fala de três ansiedades humana: 1) a ansiedade do destino e da morte; 2) a ansiedade do vazio e da perda de significação; e 3) a ansiedade de culpa e condenação.

5.      Falta de comunhão com Deus

– “Em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” – Na oração descançamos no poder de Deus e dormimos em paz. Petição é colocar todo nosso cuidado nas mãos de Deus… E, pela fé, já agradecer a solução divina.

II.                A PAZ DE DEUS, v.71.      Excede todo entendimento

É paz do céu que é diferente da paz da terra. C. S. Lewis em “O Planeta silencioso”, imagina dois astronautas chegando num planeta sem pecado…

– É paz nas circunstâncias adversas – Miguel Rizzo: Dois conceitos de paz (O lago calmo sem frisos…, e uma cachoeira forte onde um passarinho construí um ninho sobre um galho). A paz de Deus é como o passarinho no ninho sobre a cascata.

ALÉM DO ENTENDIMENTO

                                   Filipenses 4:7

A paz para além do entendimento,

É paz não escrava do pensamento,

É paz que enche todos os vazios,

É paz que cura os homens doentios.

Assim como as estrelas do universo

Não cabem em nosso pobre verso,

A paz de Deus inunda a criação

E cabe e sobra em nosso coração.

 

Posso, pois, em meio à tempestade,

Ter paz no Espírito da verdade

E seguir vivendo plenamente.

 

Guarda, Pai, meu sofrido coração,

Protege minha tão fraca emoção

Na Tua paz que é paz totalmente.

 

2.      Protege o coração e a mente –

    integra todo o nosso ser.

3.      “Em Cristo Jesus”

 

III.             REVELADA EM JESUS CRISTO – “em Cristo Jesus”1.      No nascimento –

        Os anjos cantam para os humildes pastores de Belém:

“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem” –

        Lc 2:14


2.      Em sua vida e ensinos –

        Ele é a nossa paz, afirma Paulo, e nos deixou um testamento: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize – João 14:27. “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo “ – João 16:33. A paz que Cristo dá não é ausência de aflições, mas certeza da vitória.

3.      Em sua morte e ressurreição –

        Na sua morte o véu do templo se rasgou de alto a baixo. O véu que separava os homens de Deus. Ele derrubou todos os muros de separação. E o Cristo ressurreto tem uma saudação pascal: “A paz seja convosco”.

4.      Na sua ascensão –

        Assentada à destra de Deus, é o Senhor e o Rei da paz.

5.      No Pentecostes –

        A santidade de todas as línguas e culturas. As Boas Novas do Evangelho é para todos. A promessa a Abrão: “em ti serão benditas…”

6.      Em sua segunda vinda –

        Será a instauração plena do reinado da paz. E Deus será tudo em todos.

 

CONCLUSÃO:

– Duas poesias:

1. TEMPO  FECHADO                 

Fechou-se o tempo…

Nuvens escuras enfeitam o céu

Prometendo chuva sobre a terra.

Fechou-se o tempo…

Quisera enxergar além do véu

Pra ver tudo que beleza encerra.

 

O sol se esconde, aves voam,

E mesmo escuro eu canto,

E mesmo de noite me levanto,

E minhas preces a Deus ecoam.
Ele está presente na escuridão,

Ele tem controle do meu coração,

Conhece toda minha aflição,

E ouve sempre minha oração.

 

*“Vindo sombras escuras nos caminhos teus,

Oh! Não te desamines! Canta um hino a Deus!

Cada nuvem escura um arco-íris traz

Quando em teu coração reinar perfeita paz”

 

“Vem após negra noite a aurora matinal,

Fica o céu mais brilhante após o temporal!

A esperança não percas, tudo vencerás,

Fugirão as tristezas se tiveres paz”.

 

Sossega, minha alma, canta,

As nuvens negras hão de passar.

Levanta, corpo doído, levanta,

É hora da dor compartilhar.

 

*1ª e última estrofes do hino 347 CC.

 

2.    A PAZ DE DEUS

            “E a paz de Deus, que excede todo

Entendimento, guardará o vosso

Coração e as vossa mente em

Em Cristo Jesus – Filipenses 4:7

 

É a paz interior que pacifica mente e alma,

É a que nos liberta de toda ansiedade,

É a paz que, mesmo na tempestade, acalma

O barco da existência em qualquer idade.

 

Ela não nos vacina contra os males da vida.

No mundo sempre teremos muitas aflições…

Mas é a paz que dentro da luta renhida

É capaz de equilibrar todas as emoções.

 

“Por que estás abatida, ó minha alma?

Porque te perturbas dentro em mim?” (*)

Confia em Deus!… É bem simples assim.

 

Ó cansado lutador, entrega a tua arma!…

Só a paz que excede todo entendimento,

É cura das fadigas e do vão pensamento.

 

(*) Salmo 42:5

– A cidade precisa de paz… “Haja paz na terra a começar em mim…”

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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