Sermões

O PREÇO ETERNO

Sermão de Páscoa:
O PREÇO ETERNO
(Filipenses 2:1-11)

Os cristãos primitivos e os Apóstolos cruzaram com muitas culturas e muitos deuses, todos deuses guerreiros: Júpiter (romano), Zeus (grego), Odim (escandinavo) muitos outros.  O Deus que morreu na cruz, que não carrega armas, que não é guerreiro nem tirânico, era uma loucura. Nem mesmo os judeus entendiam isso: era uma escândalo. Todavia isso era o centro da mensagem cristã. O Apóstolo Paulo fala bem disso: “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios” – 1 Co 1: 22 e 23. Não podemos nos esquecer disso… A celebração de Ceia do Senhor nos relembra sempre o coração do Evangelho: O Cristo crucificado.

Filipenses 2:5-11 é um hino primitivo que nos incentiva a andar caminho de Jesus: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus…” Pensemos no preço eterno pago por Deus Pai, Filho e Espírito Santo para nos redimir e de como podemos participar da história da redenção do mundo.

A TRINDADE ETERNA

Deus é um relacionamento perfeito e eterno, é a causa não criada que deu origem a tudo.É a Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo. E quando a Trindade Santa decidiu ser Deus? Quando decidiu criar o universo do caos, as criaturas celestes e o homem à sua imagem e semelhança. E nós o nomeamos Deus e lhe demos muitos nomes bíblicos e não bíblicos nas mais diversas culturas religiosas.

Mas, pensemos no risco de ser Deus. Foi pago um preço eterno. Apocalipse 13:8b nos fala do “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. O preço Eterno foi o custo do esvaziamento do Filho para se tornar homem e assumir a forma de servo. O Papa Francisco disse que há um laço eterno que prende todos os homens: O amor de Deus.

A MISSÃO DO FILHO

O esvaziamento para se humanizar… O infinito torna-se finito; o onisciente, ciente; o onipresente, presente. Limitado em sua forma humana, ele enfrentou, abrindo mão das prerrogativas divinas, as dores e as necessidades humanas. Fez tenda entre nós, mas conservou “a graça e a verdade”, tornando-se assim o verdadeiro homem, mas revelando a essência do Deus Trino: Amor.

A forma de servo foi o método da missão do Filho. O diabo usou de todas as tentações possíveis para desviá-LO deste caminho, o caminho da cruz. As três famosas tentações apresentam outros caminhos: a tentação econômica, o transformar pedras em pães para saciar a si mesmo e o mundo; a tentação religiosa, uma exibição de seu poder divino saltando do pináculo do templo para ser aparado pelos anjos e assim ser aclamado; e a tentação política comprometendo-se com Satanás no controle dos governos do mundo. Jesus, no entanto, preferiu lavar nossos pés e dar-se por nós na cruz do Calvário.

A cruz, a ressurreição e a ascensão – A cruz colocou ordem no caos porque condenou toda sorte de dominação humana e derrotou toda sorte de opressão. Ao ódio, à violência, à injustiça e à morte, O Filho orava no madeiro: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Ouvi um hino cantado por um mavioso quarteto cujo refrão dizia: “Que feridas são essas em Tuas mãos?

                                               Que feridas são essas nos pés?
                                               São feridas com que fui ferido.
                                               Vou Te amar até o fim”

Ele levou sobre si nossas enfermidades e as enfermidades do mundo inteiro em todas as épocas e lugares. Na sua ressurreição venceu nosso pior inimigo, a morte, e assim colocou fim ao caos assegurando-nos vida eterna. E na Sua ascensão Ele é aclamado como Senhor dos senhores com a confissão de todas as línguas e joelhos dobrados em todo o universo. E isso para a glória do Deus Pai.

NOSSA MISSÃO

O mesmo sentimento de Jesus Cristo – Fil 2:1-5. Somos exortados a termos o mesmo sentimento e o mesmo pensar de Jesus Cristo em resposta ao amor de Deus. Nos versículo de 1 a 5 deste maravilhoso texto, Paulo fala de divisões e da solução para elas: sentimento de humildade de Cristo. Devemos considerar os outros superiores a nós mesmos. É o sentimento de humildade, isto é, a consciência de nossa finitude humana. Perguntaram certa vez a Jerônimo, um dos pais da igreja: “Qual a primeira virtude cristã?” Ele responde: “humildade”. “E a segunda?” – “Humildade”. Insistiram: “E a terceira?” E ele de novo respondeu: “Humildade”. A Bíblia diz que o “varão Moisés era o homem mais manso na face da terra”. E Jesus ensinou: “Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a terra” e “Bem aventurados os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Deus”. Só os humildes e mansos governarão a terra e o céu. Isso é o resgate da política. Quanto mais poder se tem, mais humilde se deve ser.

O mesmo amor. Só o amor pode solucionar conflitos. E o amor de Deus nos leva aos outros. Isso é o regate do poder porque o amor é o único poder que não corrompe ao buscar o bem do outro.

A mesma missão: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio” ordenou o Cristo ressurreto a seus discípulos. É a missão de humanizar. É o resgate da evangelização: evangelizar humanizando e humanizar evangelizando. Somos chamados a lavar os pés dos outros. Paulo diz em Colossenses 1:24: “Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho que resta das aflições de Cristo, que é a igreja”. O que o Apóstolo diz é que tem o mesmo sentimento de Cristo, e isso é o resgate da ética. É a busca do supremo bem.

Nós prestamos culto porque a Trindade se revelou plenamente em Jesus Cristo, nosso Senhor. E diante dele nos dobramos para confessar que Ele é Senhor. Isso deve afetar nossos relacionamentos porque conviver é abrir mão… O culto é um ensaio do culto eterno. Se não cultuarmos confessando que Jesus Cristo é Senhor, poderemos ser arrastados pelas loucuras humanas: a ganância, a violência, o ódio, a intolerância, o preconceito e o fundamentalismo religioso.

Ouví de um homem que chegou à porta de um templo católico e ficou olhando para o crucifixo no altar do templo. Outro homem chegou ali e ficou olhando-o a olhar para o Cristo crucificado. Depois de meia hora de puro transe, o segundo homem se aproximou do primeiro e perguntou: “Por que você olhava para o crucifico?” Resposta: “Eu apenas olhava para Ele e Ele pra mim”. Isso é adoração: ser apaixonado por Deus em seu amor maior Quando olhamos para Ele e Ele olha para nós somos afetados pela Sua santidade.

O mundo clama por Jesus Cristo!… Não o Cristo das guerras, dos preconceitos, da intolerância, da riqueza, mas o Cristo traído, preso, crucificado, e do Seu governo de amor. O Cristo da vida e não da morte. “Ó Senhor, Trino Deus, em nome de todas as Tuas criaturas na terra e no céu, viemos de prestar o culto que Te é devido. Nós nos curvamos diante do Senhor dos Senhores, para que toda língua confesse que “Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai”. O preço eterno pago por Deus no Filho exige de nós tudo que temos e somos.

O mesmo amor
A mesma missão

CONCLUSÃO              

Nós prestamos culto porque a Trindade se revelou. Isso deve mover nossos relacionamentos. Conviver é abrir mão… O culto é um ensaio do culto eterno. Se não cultuarmos e confessando que Jesus Cristo é Senhor… poderemos ser arrastados pelas loucuras humanas.

– O homem e o crucifixo: “Ele olha para mim e eu olho para Ele”. Quando adoramos somos afetados pela santidade de Deus, pelo reconhecimento do seu amor por nós, e nos tornamos intérpretes do canto eterno de todas as criaturas nos céus e na terra.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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