O Senhor da Vida e da Morte – Parte 2
EVANGELHO DE JOÃO: VIDA PARA A CIDADE – Pastor Julio Borges Filho
Sermão 9: O SENHOR DA VIDA E DA MORTE – João 11:17-46 – Parte 2
Introdução:
– Uma casa onde Jesus era bem-vindo sempre: Lázaro, Marta e Maria.
– A mensagem das irmãs: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Jesus demora-se dois dias na Peréia, no oriente do rio Jordão, à distância de dois dias de viagem.
– O retorno à Judéia significava perigo de morte. Daí o espanto dos discípulos e a afirmação de Tomé: Vamos também nós para morrermos com Ele.
– Finalmente Jesus chega a Betânia e Lázaro estava morto há quatro dias. As cenas que se seguem são emocionantes e nos trazem lições fundamentais sobre Jesus, o Senhor da vida e da morte.
I. A cassa de luto, vrs. 17-19
1. Como era o luto na Palestina – O morto, devido ao clima, era enterrado o mais rápido possível. O funeral era extremamente caro: especiarias e ungüentos caros, enterrava-se tesouros junto com o cadáver, e as vestes eram caríssimas. Algumas família chegavam à ruína. Por isso um rabino famoso, Gamaliel Segundo ordenou que se enrolasse no morto um vestido de lindo o mais simples possível, chamado de vestido de viagem. Até hoje tal prática está em vigor entre os judeus.
2. A solidariedade na dor – Muita gente participava do funeral em sinal de solidariedade e respeito. O costume das mulheres encabeçarem a procissão era por causa do pecado e, consequentemente a morte, terem sido introduzidos no mundo por uma delas. No enterro costumava-se pronunciar discursos em honra ao morto e todos expressavam pesar ao abandonaram a tumba. Não se podia atormentar a família enlutada com comentários frívolos e conversações inúteis para que eles ficassem sozinhos com sua dor. Evitava-se comer diante do morto, e somente após o enterro é que um comida era preparada para os amigos da família. O luto durava sete dias durante os quais as pessoas vinham confortar a família.
3. Jesus chegou no quarto dia de luto – Encontrou uma multidão simpática. O Talmud afirma que a visita aos enfermos liberam suas almas do Geena e era considerada a primeiras das boas obras. As visitas aos enfermos e afligidos eram, portanto, parte essencial da religião judaica porque Deus precisava ser imitado (Dt 13:4), e ele visitou os desnudos (Gn 3:21), os enfermos (Gn 18:1), consolou os enlutados (Gn 25:11), e enterrou os mortos (Dt. 35:6).
II. A ressurreição e a vida, vrs. 20-27
- A fala de Marta vinda de seu coração – As personalidades das duas irmãs (Lc 10:38-42). Marta faz uma crítica e uma confissão de fé: Senhor, se estiveras aqui meu irmão não teria morrido. Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Jesus responde: Teu irmão há de ressurgir. E ela argumenta: v. 24.
- A AT e a crença na ressurreição –
- Eu sou a ressurreição e a vida…
- Jesus pensava na morte do pecado
- Jesus também pensava na vida futura
– Entramos numa relação nova com Deus
– Entramos numa relação nova com a vida
III. Jesus chorou – vrs. 28-33
- A devoção de Maria
- A emoção de Jesus – Eis a humanidade de Jesus exposta. É um suspiro e um choro profundamente humanos. Por outro lado revela assim que Deus não é um Deus apático, indiferente ao sofrimento humano como criam os gregos. Eles achavam que Deus era solitário, sem paixão nem compaixão. Jesus nos diz que Deus se preocupa conosco.
IV. A voz que desperta os mortos: Lázaro, vem para fora! – vrs. 34-46
- O sepulcro palestino: covas naturais cavadas na rocha – Tinha uma entrada, uma cova de 1,80 m. de largura, 2,70 de comprimento e 3 de altura. A entrada era fechada com uma enorme pedra.
- A ação humana: Tirai a pedra – A crença judaica de que o espírito fica três dias junto ao corpo, e no quarto dia o abandona definitivamente. A objeção de Marta estava dentro desta crença. Mas a tirada da pedra era um ato de fé: Não te disse eu que, se creres verás a glória de Deus? E tiraram a pedra. Num milagre de Jesus há sempre a parte da ação humana. Que pedra precisamos tirar para que a glória de Deus se manifeste em nossa vida?
- A ação de Jesus
- Ele orou agradecendo a Deus e buscando a sua glória
- Clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!
Conclusão:
– Há nos evangelhos outros relatos de ressurreição de mortos: A filha de Jairo, o filho da viúva de Naim. Mas estas ressurreição ocorreram logo após a morte. A ressurreição de Lázaro é mencionada apenas por João após quatro dias da morte. Betânia hoje é chamada de Azariyeh que deriva da palavra Lázaro.
– Ilustração: Um capelão do exército dos EUA, Robert MaAfee Browm, num barco com 1.500 marinheiros viajando do Japão para os Estados Unidos. Sugeriram um estudo bíblico durante a viagem. No último dia estudaram João 11 e um marinheiro disse: “Cada parte deste capítulo se refere a mim”. Contou sua experiência de morte espiritual e seu desejo de tirar a vida. Mas após o estudo se sentia de novo vivo e disse que a ressurreição é uma realidade de vida com Jesus.
– Jesus é a ressurreição e a vida e abre as portas da eternidade e da imortalidade para nós aqui e agora. A escatologia joanina é pra já: Quem tem o Filho tem a vida, e quem não tem o Filho não tem a vida. Eis as palavras de Jesus em João 5:24: Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, e não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. Jesus é o Senhor da qualidade, o Senhor da distância, do tempo, da quantidade, da natureza e das circunstâncias adversas, das questões filosóficas, e é o Senhor da vida e da morte. Eis a apresentação perfeita que fez João de Jesus com os sete sinais cujo objetivo maior é para que creamos, e crendo, tenhamos vida em seu nome.