Uma Lembrança Perigosa
Sermão de Páscoa: UMA LEMBRANÇA PERIGOSA – 1 Corintios 11:23-26
Pastor Julio Borges Filho
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.”
O termo “cristão” hoje traduz mais uma ideia de sono do que de impacto. Há tanta coisa cristã: uma grande diversidade de igrejas, bilhões de pessoas, países, associações, partidos e, fala-se até do ocidente cristão. E, como toda inflação, também a inflação conceitual leva à desvalorização. Robinson Cavalcanti dizia, com fina ironia, que muita gente é cristã de dez em dez anos na hora do censo do IBGE.
Mas a palavra “cristão” é uma palavra de origem suspeita. Atos 11:26 nos diz que foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos. O nome se difundiu rapidamente, tanto que o Rei Agripa, diante do discurso do Apóstolo Paulo, exclamou: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” – Atos 26:28. Mas ser cristão tinha um alto preço como disse o Apóstolo Pedro: “Mas se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus como esse nome” – 1 Pedro 4:16. A Ceia do Senhor, como o centro do culto cristão, provocou muitos comentários maldosos da sociedade. Um deles acusava os cristãos de beberem sangue humano em suas reuniões. Recuperemos esta lembrança perigosa.
Cristianismo é ativação da lembrança
O que dá coesão aos 27 livros do Novo Testamento é a lembrança viva de Jesus Cristo, de sua vida, de seus ensinos, de suas ações, e de sua morte e ressurreição. Ele é o Cordeiro Pascal que tira o pecado do mundo, o Filho de Deus que se deu por nós na cruz do Calvário e que venceu a morte. Foi assim que um grupo de discípulos derrotados e desesperados se levantaram, após a ressurreição, a ascensão e, principalmente, após o Pentecostes, e revolucionaram o mundo. Homens e mulheres que pagaram um alto preço pelo seu testemunho e que marcharam para a morte com um sorriso nos lábios e com o V da vitória.
O que dá coesão a mais de 20 séculos de história e tradição cristãs, cheias de contrastes, é a lembrança sempre viva do Cristo crucificado. E, ininterruptamente, as igrejas cristas, em sua rica diversidade, celebram a Ceia do Senhor como centro do culto cristão.
Uma lembrança ativa e comprometida
Não se trata de transubstanciação (o pão e o vinho transformando-se no corpo e sangue de Cristo) nem de consubstanciação (Cristo presente no pão e no vinho). É identificação com Cristo e celebração do que ele fez por nós. É Cristo presente na comunidade daqueles que creem. E, ao mesmo tempo, é uma proclamação viva do que aconteceu há mais de dois mil anos.
Vivemos num tempo intermediário entre a primeira vinda do Senhor e a sua segunda vinda. Daí a afirmação de que devemos celebrar a Ceia do Senhor “até que Ele venha”. Nós nos unimos como um corpo para dizer que as portas estão abertas para a humanidade inteira.
Uma lembrança alegre
Alegre, por é a recordação do esforço máximo de Deus para a redenção do mundo, porque é lembrança à luz da ressurreição e da ascensão, e também porque uma lembrança encarnada na força do Espírito Santo. Daí ser uma celebração, não da morte, mas da vitória sobre as forças do mal e da morte.
Não podemos esquecer nossas raízes. Esquecê-las seria trair o próprio Senhor Jesus Cristo. Como na tradição judáica, temos de contar esta história de amor a nossos filhos e ao mundo. Ao lembrarmos do que Ele fez, reafirmamos nosso compromisso missionário e nossa identidade cristã.
Celebremos com júbilo, à luz da ressurreição e do senhorio de Cristo, o que Deus fez por nós nEle com uma afirmação de fé: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo mundo”; e com uma afirmação de esperança: Maranata! Vem, Senhor Jesus!…
Pr.Julio, paz e graça amado do Senhor!
estou lhe enviando esta mensagem para te informar que utilizei sua excelente mensagem sobre “a pascoa”. Sou da Comunidade Esperança e Vida em Cajazeiras , Salvador-Bahia.
tel: 71: 88109812. Deus te abençoe sobremaneira!
Irmão: Marcos Cunha.
Em tempo: utilizei no boletim da semana santa!
Pode usar à vontade, Marcos Cunha. É uma mensagem pública e de todos