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CRISE DE CREDIBILIDADE (7): NA ECONOMIA

CRISE DE CREDIBILIDADE (7): NA ECONOMIA

Julio Borges Filho

A crise econômica, usada pelo governo golpista para mentir com propaganda enganosa e exigir sacrifícios da classe trabalhadora e dos pobres, nunca abandonou o Brasil. Tivemos momentos de alívio para os pobres nos governos Lula e Dilma, mas os ricos nunca deixaram de acumular riquezas. Só os super- ricos lucraram com o golpe parlamentar de 2016. O conjunto dos que contribuem para o IR caiu 3.3% enquanto os mais ricos que ganham acima de 160 salários mínimos (R$ 140.800,00) tiveram sua renda per capita crescida em 7.5%. E quadro de miséria está voltando com “gritos de lamento em nossas praças” (Salmo 144:14b).

A distribuição de riqueza no Brasil é iníqua e clama aos céus. Dados recentes do relatório da ONG britânica Oxfam nos chocam dizendo que os cinco homens mais ricos (Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra, Marcel Hermann Telles, Carlos Alberto Sicupira e Eduardo Saverin) ganham mais do que os 100 milhões mais pobres. E a fortuna deles cresce 13% chegando a quase 600 bilhões de reais. O sistema econômico é podre e imoral, e são os ricos que bancam muitos políticos, e é a elite econômica egoísta e gananciosa que está por trás dos males do país. Razão tinha o Apóstolo Paulo em dizer “que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10). O capitalismo em sim baseia-se na ganância e no egoísmo, tanto que o Papa Francisco disse ser ele “o estrume do diabo”. O capitalismo brasileiro é o pior: não quer correr riscos e mama nas tetas do governo tirando o que é de todos para seu própria benefício. Assim mamam a FIESP, a Globo e as outras redes de TV, os banqueiros, os ruralistas, etc.

O teólogo e economista Jung Mo Sung tem um livro, “Uma economia sem coração” que é um libelo contra o neoliberalismo. No filme “As Confissões”, o diretor do FMI conta uma piada, antes de sua morte, à ministra canadense, numa reunião de ministros da economia do G8. Um homem muito rico precisava de um transplante de coração. Os médicos lhe oferecem um coração de uma criança, e ele rejeitou dizendo que era muito jovem. Ofereceram-lhe um coração de um homem de meia idade e ela também o rejeitou. Finalmente, oferecem o coração de um banqueiro de 70 anos e ele o aceitou. Os médicos perguntaram: “Por que? ” A resposta: “Porque é um coração que nunca foi usado. ” Tal sarcasmo cai bem para ricos que acumulam bilhões de dólares e cuja ambição acumulativa não tem limites, e tudo às custas das pessoas mais vulneráveis do mundo. Realmente o mundo “jaz no Maligno”, como disse o Apóstolo João, e Satanás continua sendo “o príncipe deste mundo”, como afirmou Jesus. A Boa Notícia é que ele já está julgado pela justa e solidária economia divina revelada na Cruz de Cristo. Aí os banqueiros de Jerusalém, representantes dos ricos, foram expulsos do templo, os saduceus e sacerdotes, uma casta econômica, judicial e religiosa, foram desmascarados na sua conspiração de ódio, e o poder político, representado pelo governador romano, apesar de lavar as mãos, condenou o único verdadeiramente inocente que veio ao mundo. É que economia divina as necessidades humanas são prioritárias. Daí a exigência de Jesus aos ricos que desejavam segui-lo: “Vai, vende tudo que tens e dá aos pobres…”

Dados tristes de nossa economia: 1) O pré-sal, nossa alternativa para o futuro, está sendo entregue ao cartel do petróleo internacional (Esso, Shell, BP, Mobil, Chevron, Gulf e Texaco) a preço de banana e com aval do governo para exportar nosso ouro preto, e ainda vai privatizar a Eletrobrás; 2) A participação da indústria no PIB nacional caiu 11,8%, a menor desde 1950, revelam dados recentes do IBGE, e a Petrobrás resolveu construir a Plataforma P-71 na China e não no Rio Grande do Sul num desmonte sem precedentes de nossa capacidade industrial; 3) Os pedintes nas ruas e esquinas das grandes cidades aumentam assustadoramente trazendo de volta a miséria e a fome para milhões de brasileiros; 4) Aumento sem precedente nos combustíveis e os impostos são responsáveis por 66%; 5) Com a Reforma Trabalhista do governo Temer dando o galinheiros para as raposas, a informalidade cresce no Brasil e já supera os empregos de carteira assinada, isto é, o povo está vivendo de “bico”; 6) A economia boa, para nosso ministro da fazenda, que investe mais dinheiro dele em paraísos fiscais do que no Brasil, é a economia que privilegia os rentistas e não a produção, e nossa elite é tão medíocre, diz Pedro Maciel, que ainda não digeriu a abolição e acha que “Bolsa Família” é revolução socialista;  7) Com o golpe de 2016 que (Agora já  23 universidades brasileiras oferecem cursos sobre ele) derrubou a Presidente Dilma e que pretende prender e cassar os direitos políticos do ex-presidente Lula, o Brasil e a América do Sul ficaram tão irrelevantes que já são palco de uma nova disputa imperial entre os EUA e a China que tentam assegurar o domínio dos recursos naturais da região nos impondo um retrocesso sem precedentes;  8) O escandaloso lucro do Santander no Brasil no ano passado foi de 60 bilhões de reais (Na Espanha o banco tem juros anuais são de 4% e aqui é mais de 300%); 9) A destruição dos corais da Amazônia, inclusive por empresas internacionais, é um atentado contra a saúde do nosso planeta; e 10) Nossa grande agricultura destrói florestas e cria desertos verdes só para exportar porque o que nos alimenta é a agricultura familiar que não é valorizada pelo governo.

A que ponto nós chegamos… Não existimos para o mundo que decide como denunciou o quadro inicial de Davos. Só o eco-socialimso poderia nos livrar da barbárie capitalista no mundo. Ele poderia resolver dois problemas cruciais: as desigualdades sociais e a defesa meio ambiente com um desenvolvimento sustentável.

 

Próximas: Crise das mídias e crise religiosa para, finalmente, concluir os comentários sobre as fotos iniciais.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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