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CRISE DE CREDIBILIDADE (8): NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Julio Borges Filho

Vivemos numa época de revolução nos meios de comunicação, mas o Brasil está ao reboque da história com uma mídia de elite que controla 72% da audiência, transformando-se numa ameaça à democracia. Cinco famílias estão à frente disso. Eu me preocupo mais com a televisão porque ela é uma concessão pública e deveria estar a serviço do público. A Rede Globo comanda, seguida pela Record, o SBT e a Bandeirantes. O que nos salva é a internet com as redes sociais, mesmo com as abundantes notícias falsas e a presença do ódio e preconceito de extremistas, e com as mídias alternativas.

A Rede Globo é amiga do poder. Cresceu no apoio à ditadura militar e nela se fortaleceu. Pragmática, apoiou as Diretas Já e promoveu um grande espetáculo na morte de Tancredo Neves. Ajudou a eleger Collor e depois ajudou a derrubá-lo. Foi opositora de Lula, mas quando ele foi eleito, paparicou-o. Divulgou exaustivamente o Mensalão do PT, mas paparicou Lula no seu segundo mandato. Fez campanha para Serra, mas paparicou Dilma quando eleita. Gostava de Aécio, mas ajudou queimá-lo.  Apoiou escandalosamente a Lava Jato que lhe deu primazia na divulgação de tudo e, com isso, contribuiu significativamente para o Golpe de 2016. Apoiou Temer, mas tentou derrubá-lo para depois aceitar o aumento abusivo em propagandas. Mama nas tetas do governo. Falta-lhe jornalismo investigativo e manipula informações a seu bel prazer no Jornal Nacional influenciando a grande massa popular brasileira. Todavia, apesar do lixo que que nos oferece, produz séries como “Os anos rebeldes” e “Os dias eram assim”, algumas novelas belíssimas como “O Velho Chico”, etc, que resgatam a nossa cultura, e dois dos quais gosto: O Globo Repórter e Como será. Arrependeu-se do apoio aos militares na ditadura, mas está sempre pronta a apoiar golpes antidemocráticos. É a segunda maior devedora do BNDES pegando dinheiro com juros insignificantes para manter sua cara produção com seus altos salários. A boa divulgação da execução da vereadora do Rio de Janeiro, Mariella, pela primeira vez uniu a direita e a esquerda deixando insolada extrema direita e a bancada da bala, mas o apoio à intervenção federal no Rio de Janeiro continua. As outras redes se miram na Globo com algumas exceções como O Jornal da Record News com Heródoto Barbeiro, e os comentários lúcidos de Kennedy Alencar no Jornal do STB (Lamentei a sua saída) após Sílvio Santos se vender ao governo.

Acho que o maior erro de Lula na presidência da República foi a não regulação das mídias deixando a grande arma dos ricos à vontade para manipular a serviço das elites. O segundo erro foi equipar a PF e o MPF dando-lhe plena autonomia sem nenhum controle. Acho que ele julgou, como defendia seu ministro da justiça Thomas Bastos, que o Estado de Direito os controlaria, e agora sofre, na carne por isso. Seus acertos, porém, foram bem maiores.

As redes sociais na internet, controlada pelos EUA, é boa e ruim ao mesmo tempo. O vício e a dependência das redes estão produzindo uma geração que pouco ler e muitos expõem suas mensagens de ódio, além de criminosos (pedófilos, ladrões, gangues, etc) as usarem. Cabe aos usuários procurar mais segurança, evitar armadilhas, identificar o que é falso e o que é verdadeiro. O perigo maior e transformar-se em arma do Império Americano para controlar mentes e corações. Os sites e blog alternativos são nossa melhor opção de opiniões diversificadas e inteligentes.

Os grandes jornais e as grandes revistas são controlados. Cada manchete tem um preço. Só a Folha de São Paulo nos oferece algumas colunas proféticas como as de Jânio de Freitas e Élio Gaspari.

Precisamos de noticiários isentos nas redes de televisão mostrando várias visões dos fatos e não omitindo ou manipulando as notícias importantes, mas como conseguir isso quando elas são controladas e servem à manutenção do nosso iníquo status quo? As mídias têm de ser controladas por uma lei justa que não permita o monopólio dos meios de comunicação e garanta a liberdade da imprensa.

Próxima: A crise religiosa.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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