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LUTA POR JUSTIÇA – O filme

Julio Borges Filho

Hoje, 22.02.2020, completei 51 anos pastorado e resolvi comemorar assistindo o filme LUTA POR JUSTIÇA baseado numa história real e impactante. Ao chegar no cinema vejo um recado do meu amigo-irmão David Judson recomendando com entusiasmo o filme que me emocionou até às lágrimas. Saí do cinema certo de que fiz a opção certa: estar ao lado dos fracos e oprimidos e jamais do lado dos opressores. Nunca optei pela neutralidade nas situações difíceis do nosso país. Dante Alighieri, em sua Divina Comédia, diz que “os lugares mais quentes do inferno estão reservados àqueles que, em tempos de grande crise moral, mantêm a neutralidade.”

Assim é a história do jovem advogado negro Bryan Sterverson (Michael Jordan) que, tendo terminado seu curso em Harvard e tendo diante de si vários convites de emprego, optou por defender sentenciados no Corredor da Morte no Alabana, o estado mais racista dos Estados Unidos, e isso na penúltima década do século passado. Conta com ajuda de uma boa advogada branca local, Eva Ausley (Brie Sarson). Além de outros sentenciados, ele aceita defender Walter MacMillan (Jamie Foxx), também negro e, exatamente por isso, acusado injustamente de matar barbaramente uma jovem branca de 18 anos. Foi condenado à morte na cadeira elétrica. Duas cenas levou-me às lágrimas. A primeira quando um ex-soldado negro da guerra do Vietnã é eletrocutado. Ele pediu apenas que na hora de sua morte se tocasse seu hino predileto: Rude Cruz. O velho hino cantado por uma cantora negra é colocado e todos os demais presos do corredor da morte o ouvem. Eles começam a bater nas grades das celas e a gritarem: “Estamos com você Herb”, e isso sem se perder o hino no fundo falando do sofrimento e do assassinato de Jesus na cruz do Calvário. O puro e gracioso evangelho era eloquente naquele momento, e eu chorei. O homem morre em paz. O segundo momento foi no tribunal quando MacMillan é inocentado porque a única testemunha do crime tinha mentido pra salvar a própria pele, mas arrependido, confessou tudo. O homem que, finalmente, recupera a sua dignidade e a sua inocência, chora profundamente, mas sua esposa e os três filhos o amparam. Não dá para sustentar as lágrimas. O filme é uma denúncia contra o sistema branco de justiça nos Estados Unidos e uma renhida luta de um advogado que fez opção pela justiça para os fracos.

Saí mais leve do cinema ruminando comigo mesmo: “Não se pode perder a esperança, mesmo numa época escura como a que vivemos. E nunca, nunca mesmo, devemos desistir das pessoas. Resistir à mídia, à propaganda oficial, à intolerância e aos preconceitos é essencial para quem foi escolhido para cuidar de gente.” Recomendo, pois, o filme de Destin Cretton porque nele a famosa bem-aventurança de Jesus se torna realidade: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiças serão fartos.”

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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