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UM GOVERNO DE TREVAS

UM GOVERNO DE TREVAS

“Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas” – Lucas 22:53

Julio Borges Filho

Era um momento de trevas no centro da história humana que culminou com a prisão, julgamento injusto e a morte violenta de Jesus, o nazareno. Estava em cheque a justiça, a economia, a religião e a política dos homens. E as trevas perseguem a história humana com momentos cruéis e desumanos. Aqui no Brasil tivemos muitos momentos escuros em nossa curta história como a escravidão negra e duas ditaduras, e agora as trevas nos cercam com seu poder destruidor de mentes e corações.

Registro meu desabafo profético em meio à ignorância e a cultura de mentira, violência e ódio que se instaurou no Brasil. Vivemos em tempos de trevas e escuridão desde que o atual governo começou a governar. É um governo de trevas e a escuridão escurece a visão de muitos, mas as trevas não prevalecerão. A luz há de raiar.

Trevas na economia com o desprezo pelos trabalhadores, pobres e excluídos a favor dos ricos e privilegiados.  Trevas na política com uma eleição dominada por fake news (mentiras) por um estilo belicoso e falso de governar desgovernando, ministros despreparados e intolerantes  em pastas importantes e cruciais: O ministro da educação, deseduca (felizmente já saiu e fugiu); o ministro do meio ambiente, agride o meio ambiente; o da relações exteriores nos envergonha entre as nações ao ponto de nomear um discípulo de Steve Bannon, o guru de Trump, como assessor especial do ministério; o da saúde quis manipular dados da pandemia no Brasil, impõe um remédio duvidoso para combate ao COVID-19, e transforma o MS num quartel; o da cidadania não gosta dos pobres; a dos direitos humanos, mente sobre dados e fatos e é fanática religiosa; o da cultura, nem existe, nega a cultura brasileira tão rica e diversa, tanto que o presidente da Fundação Palmares, um negro, odeia a cultura negra e o movimento negro, etc; O governo é tão ruim ao ponto dos melhores ministros serem os do DEM e do Centrão.. E, para culminar, o presidente vive de conflitos com os outros poderes da república e com os governadores para esconder a sua incompetência, namora com o fascismo, arma milicianos, e quer controlar instituições do Estado como a PF para defender seus filhos e ele próprio. Fez o discurso da verdade em sua campanha eleitoral, mas se alimenta da mentira. Não dá exemplo ao ponto de um juiz proibi-lo de sair sem máscara na rua. Todavia tem uma boiada belicosa que aceita seu berrante como o toque da auto verdade. Mas até isso tende a acabar porque a mentira nunca prevalece.

Com a expansão do fundamentalismo religioso trazendo-nos ódio e intolerância e tentando defender o indefensável, instalou-se no Brasil trevas moral e espiritual. Homens sem escrúpulos exploram e deturpam a fé cristã manipulando gente devota e sem espírito crítico. Pastores que não são pastores, mas vagueiros que buscam os bens do seu gado e não o bem dele. E, como se não bastasse a teologia da prosperidade levando muitas igrejas evangélicas a adoraram Mamom, o deus do dinheiro, ainda chegam no Brasil o pastores de Trump para justificar biblicamente o injustificável. A promiscuidade com o governo é evidente. Tal iniquidade provoca o vômito do Senhor que, na terra, foi vítima dela.

“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Estas palavras de Jesus foram usadas à exaustão pelo candidato Bolsonaro, logo ele que se elegeu com mentiras. Agora a verdade está vindo à tona com força e com o seu poder de libertação. Com a prisão de Queiroz, escondido numa casa do advogado da família, o governador Flávio Dino alerta o exército para se afastar de Bolsonaro para não contaminar a instituição. O The Intercept Brasil faz o seguinte diagnóstico: “Trata-se, sejamos diretos, de um governo formado por criminosos ligados a milicianos, grileiros, desmatadores e corruptos.” E Tarso Genro, ex-ministro da educação, arremeta: É a humilhação suprema do Brasil como nação. Milicianos e fascistas aparelhando o poder e ministros fugindo do país para dificultar possíveis ordens de prisão, por serem semeadores de ódio à democracia e à República.” E Rubem Ricupero fulmina: “Bolsonaro é o líder mais odiado do mundo.” Gerações de brasileiros serão prejudicadas com a negligência na saúde e na educação do governo.

Como sair dessas densas trevas que nos envenenam? Os militares do governo buscam um ministério de notáveis para substituir a mediocridade e salvar o governo de extremismos. A péssima elite brasileira quer conservar o presidente se ele se amoldar apenas em ser um laranja de seus interesses escusos e abdicar do autoritarismo, o que seria ainda cruel para o Brasil por significa maior concentração de renda nas mãos de poucos provocando a miséria e a pobreza ao nosso sofrido povo. Cassar a chapa é um caminho por causa do escândalo da Fake News nas eleições, outro é o impeachment, e outro é a renúncia ou o impedimento do presidente. O Brasil e os brasileiros querem luz e liberdade. Ninguém pode prender por muito tempo a luz que ilumina e transforma. As reações em defesa da democracia contra o fascismo surgem de todo lado e já está nas ruas onde reinavam as trevas.

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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