Sermões

EIS O CORDEIRO DE DEUS

Sermão de Páscoa:     “EIS O CORDEIRO DE DEUS…”         – João 1:29

                         “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!”

            A exclamação de João Batista, ao ver Jesus, tem um simbolismo e um significado profundos . Era assim que ele chamava a Jesus segundo o Evangelho de João, e o Apóstolo do amor usa a imagem do Cordeiro para o Cristo glorificado no Apocalipse.

             A expressão “Cordeiro de Deus” nos leva à história da primeira Páscoa=passagem: A libertação dos hebreus do cativeiro – Ex 12. No crepúsculo do dia 14 de Abibe ou Nisã cada família hebreia era instruída a matar um cordeiro puro, sem defeito e de um ano. Tomava o seu sangue e jogava-o na umbreira da porta para identificação porque naquela noite passaria o anjo de Deus ceifando os primogênitos dos egípcios. Assava-se a carne e a comia com pães asmos (sem levedura) e ervas amagas, e todos vestidos para uma longa viagem pelo deserto. A festa da Páscoa era comemorada todos os anos por uma semana pelos israelitas e essa história era contada para as novas gerações para comemorar o êxodo hebreu.

            A segunda Páscoa é a passagem do Filho de Deus por este mundo: O Cordeiro de Deus realizou seis atos salvíficos de libertação: sua encarnação, sua morte na cruz, sua ressurreição, sua ascensão, o pentecostes e sua segunda vinda, e neste domingo de Páscoa devemos recordá-los e meditar neles. Não podem ser esquecidos.

                        “O Cordeiro de Deus…” – “Sem defeito” (Ex. 12:5)

             Nós nos alimentamos Dele como afirmou Jesus: “Quem não comer a minha carne e não beber o meus sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque o minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim e eu nele” – Jo 6:54-56.

             Jesus levou para o céu algo grandioso que não trouxe de lá: a sua humanidade. Nele, uma nova humanidade à sua semelhança povoará o universo e reinaremos pelos séculos dos séculos. E o mal será vencido. A visão apocalíptica de Cristo é a de “um cordeiro como havendo sido morto” – Apoc 5:6. Aqui a o cântico universal de todas as criaturas no céu e na terra exaltando ao Cordeiro a quem foi dado o poder e a dignidade de abrir o livro dos destinos humanos.

  1. Canta-se o hino “Bendito seja sempre o Cordeiro…”

“… que tira o pecado do mundo” (Pecado no singular é não crer- Jo   16:8-11)

                        – Tirou o pecado na sua encarnação – vida, obras e ensinos – Onde não havia fé ele não curava. E que vida maravilhosa desde o nascimento. Foi bebê indefeso, seus pais fugiram para o Egito para que ele não morresse pela tirania de Herodes, o Grande. Tornou-se adolescente e já discutiu com os doutores da lei. Cresceu em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens, e nos três anos de ministério perambulou pela Galileia, Samaria, Judeia e terras vizinhas, pregou, ensinou, curou, viveu intensamente entre as pessoas e não excluiu ninguém com uma preferência especial pelos pobres e excluídos. Um resumo de seus ensinos e obras foi registrado nos quatros evangelhos. Ninguém viveu como Jesus, tentado em tudo, mas sem pecado. Tal vida leve e verdadeira enfrentou a oposição do pecado satânico cristalizado na política, na economia, na religião e na sociedade. Em 2003 participei do II Congresso Brasileiro de Evangelização, em Belo Horizonte, e o que mais me impressionou o testemunho de Pedro do Borel que recebeu o nome por ser morador do morro do Borel no rio de Janeiro. Disse ele que o seu maior sonho era anda por onde Jesus andou na terra santa, mas nunca conseguiu realizá-lo por ser pobre. Um dia, orando e chorando debaixo de uma árvore do morro, ele pensava nesse sonho frustrado quando uma voz sussurrou no seu ouvido e na sua alma: “Pedro, meu filho, o importante não é andar por onde eu andei, mas por onde eu nunca andei.” E ele se alegrou em andar pelo morro do Borel como se fosse os pés, as mãos e a voz de Jesus ali. Tal testemunho nos diz que o processo de encarnação de Jesus Cristo continua na história da igreja, o corpo de Cristo. Nossa missão é a mesmo porque “assim como o pai me enviou, eu vos envios” nos comissionou Ele.

                        2) Hino “Que a beleza de Cristo se veja em mim…”

                        – Tirou o pecado do mundo na sua paixão e morte na cruz –  O hino 92 CC refrão: “foi, na cruz, onde o dia em vi/meu pecado castigado em Jesus/. Foi ali pela fé que meus olhos abri/E agora vivo alegre em sua luz”. Toda rebelião de Satanás e dos homens se manifestou no poder político totalitário, na religião idólatra, na economia opressora, todo o nosso pecado e pecado dos homens de todos os tempos ele levou sobre si. Enfrentou os podres das trevas impregnados nos poderes políticos, econômicos e religiosos (os poderes rebeldes se uniram contra Ele, mas Ele a todos humilhou com um poder maior e eterno: o poder do amor. Na cruz de Cristo o pecado satânico e humano é exibido em sua forma cruel e trágica, mas também é nela que o amor transbordante e infinito de Deus é manifesto tirando o pecado do mundo. A cruz é o coração das boas novas de salvação.

            3) Hino “Rude cruz”

             – Tirou o pecado na sua ressurreição vencendo a morte. Seu epitáfio no seu túmulo é diferente dos nossos. Um anjo o proclama: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Ele não está aqui. Ressuscitou como havia dito”. Daí o desafio paulino à morte: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecada, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nos deu a vitória por nossos Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmão…” – 1 Co 15:54b-58.

            4) Hino “Porque Ele vive…”

            – Tirou na sua ascensão: “Ele é o Senhor”. – Atos 1:1-11. A igreja deve ser a comunidade dos que confessam Jesus Cristo como Senhor…” Diante dEle todo joelho no céu, na terra e debaixo da terra há de se dobrar confessando que Jesus Cristo é Senhor para a glória de Deus Pai com o expressa o belo cântico primitivo de Filipenses 2. Eis as últimas palavras de Jesus na terra: “Recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.”

            5) Hino “glória pra sempre ao Cordeiro de Deus…”

            – Jesus tirou o pecado no Pentecostes, o advento do Espírito – Atos 2:1-4. A encarnação de Cristo é Deus conosco, no Pentecostes o Espírito Santo é Deus em nós. Assim nada nos separará do amor de Cristo porque o Espírito não pode ser preso. Onde estivermos e como estivermos Ele estará em nós cumprindo o que Jesus prometeu: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos.” No advento do Espírito aconteceu o contrário de Babel. Em Babel houve confusão de línguas para dispersar a humanidade; no Pentecostes houve o dom de línguas para unir as pessoas comunicando as virtudes de Deus com as boas novas do Evangelho. Aqui todas as línguas e culturas são santas assim como todos os lugares, especialmente o lar.

            6) Hino “Espírito, Espírito, Espírito Santo de Deus…”

            – E, finalmente, Ele tirará plenamente o pecado do mundo na sua segunda vinda. na consumação dos tempos:  Ap 17:14. Aqui o Cordeiro de Deus é vencedor de todas as formas do mal. Eis as últimas palavras da Bíblia: “Certamente venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus. A graça do Senhor jesus Cristo seja com todos.” – Apoc. 22:20 e 21.

            7) Hino “Há momentos que palavras não resolvem…”

             Por isso canta o poeta sacro: “Seja bendito o Cordeiro que por nós na cruz padeceu. / Seja bendito o seu sangue que por nós pecadores verteu”.

            Assisti na Netflix a série Maria Madalena e andei com Jesus pela Terra Santa. Emocionei várias vezes até às lágrima, especialmente diante do seu sofrimento e humilhante com um julgamento hostil e injusto. Como o terrível flagelo dos soldados romanos, no carregar o cruz e na crucificação entre dois ladrões, eu me vi ali, eu estava lá. Por isso a minha vida não teria sentido sem Jesus… Como Leon Toltoi, o grande escritor russo, posso dizer: “Se Deus não for como jesus, eu prefiro ficar com Jesus.”.

            8) Hino “Pai nosso dos mártires”

– Testemunhos de fé: Eu e Jesus Cristo

Júlio Borges de Macedo Filho

PASTOR JULIO BORGES DE MACEDO FILHO Piauiense de Curimatá, 72 anos com 48 de pastorado, filho de Julio Borges de Macedo e Arquimínia Guerra de Macedo, é o sétimo filho de uma família de onze irmãos. Casou-se, há 48 anos no dia de sua ordenação ao ministério pastoral, com a professora Gislene Rodrigues Lemos de Macedo e tiveram quatro filhos: Juliene, Jusiel (falecido), Julinho e Julian. Agora Deus lhe deu a primeira neta chamada Sarah, de apenas 8 anos. Concluiu o curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife. Formou-se em 1969 e foi ordenado ao ministério pastoral no dia 22 de fevereiro do mesmo ano. Pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Batista do Rio Largo – AL (1969 a 1972), Primeira Igreja Evangélica Batista de Teresina – PI (1972 a 1978), Primeira Igreja Batista de Ilhéus – BA (1978 a 1979), Terceira Igreja Batista do Plano Piloto – Brasília (1979 a 1989), Igreja Batista Noroeste de Brasília (interinamente em 1985), Primeira Igreja Batista de Curimatá – PI (interinamente em 2000), e desde 1989, a Igreja Cristã de Brasília. Tomou a iniciativa para a organização das seguintes igrejas: Primeira Igreja Batista de Picos –PI, Igreja Batista do Lago Norte – Brasília, Igreja Batista Noroeste de Brasília (hoje, Igreja Batista Viva Esperança), e a Igreja Cristã de Brasília. Ordenou cerca de 20 pastores e uma pastora, consagrou dezenas de diáconos e diaconisas por onde passou, e celebrou mais de 500 casamentos. É considerando no Distrito Federal um pastor de pastores. Líder denominacional foi presidente da Convenção Batista Alagoana, da Convenção Batista do DF (três vezes), do Conselho de Pastores Evangélicos dos DF (duas vezes); participou de vários organismos batistas como o Conselho de Planejamento e Coordenação da Convenção Batista Brasileira, das juntas administrativas do Seminário Teológico Batista Equatorial e do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil; e por 20 anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de Brasília ensinando as seguintes disciplinas: Estudos de problemas brasileiros, ética cristã, teologia pastoral, teologia contemporânea, ministério urbano, teologia bíblica do Antigo Testamento, e homilética. Como teólogo produziu muitos artigos, teses, e palestras nos mais diferentes lugares, e participou de muitos congressos, seminários, fóruns, retiros, entre eles o Congresso Internacional Lousane II realizado em Manila, Filipinas em 1989. Foi orador de várias assembléias convencionais, e pregou em muitos congressos e igrejas por todo o Brasil. Como poeta e escritor já gestou e publicou cinco livros (Missão da Igreja e responsabilidade social, Voando nas asas da fé, Um sonho coberto de rosas, Suave perfume, e Uma grande mulher), tem quatro prontos para publicação, e está grávidos de mais dez livros que espera escrever e publicar nos próximos oito anos. Na área política assessorou deputado Wasny de Roure, por muitos anos, tanta na CLDF como na Câmara dos Deputados; assessorou por pouco tempo os deputados distritais Peniel Pacheco e Arlete Sampaio; o Ministro da Educação, Cristovam Buarque, como chefe da Assessoria Parlamentar do MEC, e depois assessor parlamentar do Senador Cristovam Buarque. Nesta área produziu muitos escritos sobre os evangélicos e a política, fez inúmeras palestras, promoveu muitos seminários, e foi fundador e coordenador de vários fóruns, entre eles o Fórum Político Religioso do PT, o Fórum Religioso de Diálogo com GDF, o Fórum Cristão do PT Chegou a Brasília em junho de 1969 e, desde então, a elegeu como sua cidade do coração. Agora, aposentado, deseja dedicar-se a apenas duas atividades essenciais: pastorear graciosamente a Igreja Cristã de Brasília e Brasília, e escrever apaixonadamente. Sua grande ênfase ministerial tem sido o amor cristão, a graça maravilhosa de Deus revelada em Jesus Cristo, a responsabilidade social das igrejas e dos cristãos, e o ministério urbano da igreja.

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