SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO: TEMPO DE CONVERSÃO
SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO: TEMPO DE CONVERSÃO
Para a Classe Santuário da Igreja Batista Nazareth
A figura central do Evangelho no segundo domingo do advento é João Batista de quem Jesus disse: “Em verdade vos que digo que entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino de :Deus é maior do que ele” – Mateus 11:11. João Batista era um homem corajoso, cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe, um profeta sem meias palavras, com vestes rudes e alimentação selvagem, mas, ao mesmo tempo um homem humilde e consciente de sua missão de precursor do Messias prometido. Sem dúvida, o maior homem nascido de mulher. Mas o que quis Jesus dizer quando afirmou que o menor no reino de Deus é maior do que ele?
É que o homem natural, ainda que seja o maior, precisa de conversão para entrar o Reino. É o nascer do Espírito sendo criado à imagem e semelhança do Filho de Deus. Está, pois certo o tema: segundo domingo do advento, tempo de conversão. A vinda de Jesus Cristo a este mundo inclui os pequeninos e incultos como os pastores de Belém, e cabe cultos e ricos como os magos do oriente. É um convite à conversão porque natal sem conversão não passa de uma festa pagã de muita comida, bebida e troca de presentes. Todavia a conversão inicial deve ser seguida de outras essenciais para sermos parecidos com Jesus. Uma vez encontrei uma moça, senhora da verdade, que desejava converter todo mundo que não concordasse com ela. Ela se dizia salva, e eu lhe perguntei: “Você é salva de que? Se não é salva do orgulho e da arrogância não é salva de nada e vive na ilusão.”. Evangelizar é levar as pessoas na força do Espírito a serem parecidas com Jesus; proselitismo é levá-las a serem parecidas consigo mesmo.
A salvação implica a conversão do amor sem a qual tudo perde o sentido e, consequentemente, implica em conversão aos pobres num país marcado pela pobreza e miséria e por uma escandalosa concentração de renda, como a de Zaqueu, passa pela conversão de mente através da qual se aceita os outros e não se julga superior a ninguém. Os ricos e arrogantes precisam cair do cavalo como Saulo de Tarso que precisou ficar cego para ver. Conversão é mudança de rumo, e voltar-se para Deus no poder da Ruah Santa.
O advento do Natal de Jesus marca a encarnação de Deus assumindo nossa humanidade e, ainda bebezinho, o salvador enfrentou a sombra da morte. O evangelista Lucas salienta que sua mãe o deitou numa manjedoura “porque não havia lugar para eles na hospedaria”. Nosso coração se torna uma humilde manjedoura ao receber Jesus Cristo como expressão máxima do amor de Deus por nós. Tal graça não é graça barata: exige de nós tudo e começa com a conversão de mente e de alma. O convite está de pé: “eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo.” A conversão nos convida a sermos humanos e à plena comunhão com Jesus de Nazaré.
Pastor Julio Borges Filho